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SINDICAOS

Luiz Antônio Stephan - 08/12/2025

Opinião

Os sindicatos foram criados durante a Revolução Industrial na Europa (século XVIII), pelos trabalhadores que se organizavam contra as longas jornadas e más condições de trabalho.  Sempre lutaram por melhores salários e o fim do trabalho infantil, evoluindo de associações de ajuda mútua para movimentos mais organizados. No Brasil, o sindicalismo surgiu no final do século XIX/início do século XX, impulsionado por imigrantes europeus, consolidando-se com greves históricas (como a de 1917) e enfrentando a repressão estatal, especialmente sob Vargas (que tentou controlá-los).

Em Juiz de Fora o Sindicalismo se fortaleceu pela industrialização da economia da cidade, após o fim do período do café, isso, no início do século XX. A cidade teve um movimento operário forte e precoce, quando a cidade era um dos principais centros industriais de Minas Gerais. As lutas sindicais na cidade foram pioneiras no estado.

Sindicato (associação profissional) dos empregados do comércio já atuou no final do século XIX, Fiação e tecelagem promoveu uma grande greve em 1924, Sindicato dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (SINTRAF JF) depois, bancários, fundado em 1932, meias e malhas, metalúrgicos, muito forte nos anos 1990, SINTUFEJUF (sindicato dos trabalhadores da UFJF e CEFET-RJ) e o SINPRO-JF (professores), padarias, Transporte urbano e interestadual, alimentação, rural etc. foram surgindo ao longo do tempo.

 Os sindicatos patronais, também foram criados de acordo com a demanda, pois havia a necessidade do diálogo entre as partes para que houvesse a paz social.

 Tivemos muitos sindicalistas de expressão como: Clodesmidt Riani, eletricitário que chegou a deputado e Hidelbrando Biságlia, Ministro no Tribunal Superior do Trabalho.

O sindicalismo sempre foi intrinsecamente  ligado à política que, pela natureza de suas atribuições, é uma força política que influencia o Estado, buscando reformas e representando os trabalhadores na sociedade, com sua história no Brasil marcada pela relação com o governo (como o corporativismo varguista) e por momentos de luta contra repressão, evoluindo de associações de ajuda mútua para movimentos com grande impacto social e democrático, enfrentando hoje desafios como a precarização e a globalização.

Durante o período militar (1964/1985) surgiu o "novo sindicalismo" (CUT, Força Sindical etc.) mais politizado e combativo, através de ações políticas, tendo o lado partidário representado, principalmente, pelo o PT e chegou a eleger até presidentes da república, Lula da Silva (reeleito 3 vezes) e Dilma.  

 

 A contribuição Sindical

A contribuição sindical no Brasil começa com Getúlio Vargas nos anos 1940, visando fortalecer os sindicatos com uma taxa obrigatória (imposto sindical) descontada dos trabalhadores e das empresas. O objetivo sempre foi custear as atividades sindicais (negociações, acordos, etc.)

O valor recebido do imposto sindical era dividido entre sindicatos, federações, confederações, tanto do lado dos empregados como do patronal. Os empregados também contribuíam com as centrais sindicais; parte dos recursos ia para o governo através da Conta Especial Emprego e Salário (CEES).

Após décadas como obrigatória, a Reforma Trabalhista de 2017 (Lei 13.467) a tornou facultativa, exigindo autorização expressa do trabalhador, a mudança impactou as finanças sindicais, levando a discussões e decisões do STF para garantir o financiamento via negociações coletivas, mas agora com a permissão do trabalhador e das empresas.

Representatividade em cheque

 De uns anos para agora surgiu uma enorme deterioração dos meios representativos da sociedade e o agravamento das condições sociais de grupos e comunidades, resultando na redução da coesão social, aumento da desigualdade e enfraquecimento dos laços interpessoais, uma das causas é a Instabilidade Política e Crises: Crises econômicas e políticas podem acelerar essa deterioração, levando a um colapso social.

 O que observamos, de uma maneira geral, é o grande desinteresse dos grupos sociais por quem os representa, a ausência de integrantes nas atividades das entidades e o domínio de grupos ou pessoas no seu comando, que conseguem se perpetuar e utilizam as instituições para se locupletarem, financeiramente ou politicamente, buscando o “poder” e a manutenção do “status quo”. É raro que esses dirigentes se preocupem com os associados, mais comum é que insistem na manutenção do “status quo”.

A Estrutura sindical, evidentemente, também se curvou à essa situação, o que abre enorme espaço para a deterioração das entidades que cuidam dos interesses políticos ou econômicos de seus diretores, em detrimento do cuidado com os interesses das classes.

Pior, aparentemente, ninguém está preocupado com isso.

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