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HISTÓRIA DO COMÉRCIO DE JUIZ DE FORA

INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO

QUANDO DIZEMOS "COMERCIO" ESTAMOS NOS REFERINDO A TODAS ATIVIDADES EMPRESARIAIS, POIS, HISTORICAMENTE, TUDO É, EM ULTIMA ANÁLISE, COMÉRCIO E ATÉ O FINAL DO SÉCULO XIX, NO BRASIL ESSA ATIVIDADE ERA QUASE QUE EXCLUSIVA.

Certo dia, ao entorno de uma fazenda, nas margens de um rio ou na beira de uma estrada, surge um povoado, uma pequena aglomeração de casas se forma e as pessoas que ali residem têm necessidades de adquirir produtos para a sua subsistência, nesse momento, sempre, surge um comerciante.

O tempo flui e a população aumenta, o lugarejo se desenvolve o comércio se expande, a urbe se forma mais complexa e os serviços se sofisticam. É um processo que não para, sempre  acompanhando a evolução do mercado, cada demanda que surge é imediatamente suprida.

Nos meados do século XIX, o município de Juiz de Fora foi emancipado de Barbacena, iniciando um irreversível processo de evolução política e social e foi o comercio que alavancou e consolidou o desenvolvimento da cidade.

No século XX o comércio de Juiz de Fora se consolidou como polo regional e se modernizou; surgiram os supermercados e os centros comerciais (shopping centers) e ocorreu a descentralização. Os setores de prestação de serviços, principalmente nas áreas de educação  e saúde, dão um salto fenomenal.

A partir dos anos 80\90 do século XX a informática chega com força, gerando mudanças inimagináveis nos negócios, a globalização, consequência imediata desse sistema cibernético, gera extremas mudanças no mercado e permite o desenvolvimento de empresas gigantes, a nível nacional e mundial. Surgem novas maneirar de comerciar, entre elas, as franquias e o e-commerce (lojas virtuais).

 Vamos registrar um pouco da história do comércio de Juiz de Fora e de seus protagonistas, aqueles que, sistematicamente, “abrem as portas” de seu estabelecimento todos os dias e nos provêm, no intuito de defender a preservação da identidade exótica (contrário do global) e não perder de vista  aspectos  humanos e sociais das relações entre os comerciantes e seus fregueses.

O título desse livro: “Sob a proteção de Mercúrio” é referência à divindade romana que é considerada o deus do comércio. 

MERCÚRIO

Mercúrio era um deus da mitologia romana encarregado de levar as mensagens de Júpiter, seu pai. Deus do comércio, da eloquência, dos viajantes e dos ladrões, era a personificação da inteligência. Era caracterizado pelo uso de um chapéu alado, sandálias e o caduceu (um bastão em torno do qual se entrelaçam duas serpentes e cuja parte superior é adornada com asas).

HERMES

Seu correspondente grego é Hermes, mensageiro dos deuses, filho de Zeus. Os gregos creditavam à ele a descoberta da linguagem e da escrita. Conhecido por sua astúcia, Hermes era o deus dos caminhos e das ruas, dos oradores, dos pastores e dos ladrões (Antolykos, mestre entre os ladrões era seu filho)

DEUSAS DA INDUSTRIA E DA AGROPECUÁRIA

Representações das deusas: da Indústria Atena (Minerva, romana) com a roda dentada e da agropecuária, Demeter (Ceres, romana) com instrumentos, enxada e foice acompanhando Mercúrio em vitral da Associação Comercial de Juiz de Fora

 

SANTOS DA IGREJA CATÓLICA

SÃO DIMAS

Na igreja católica o “protetor do comerciante” seria São Dimas, o bom ladrão, um dos crucificados ao lado de Cristo, os crédulos invocam-no nas causas difíceis, sobretudo, nos negócios financeiros e conversão e emenda dos bêbados e dos ladrões. Interessante a associação feita entre comerciantes e ladrões, isso se justifica porque, em momentos da história, o lucro seria condenado.

SÃO BARTOLOMEU 

Também, no Catolicismo, São Bartolomeu é considerado o protetor dos açougueiros e ganhou essa missão por ter sido martirizado e “esfolado”. É uma concepção trágica.

PAPAI NOEL 

O certo é que o grande “padroeiro do comércio” é, sem dúvida, São Nicolau conhecido por nossas bandas como “Papai Noel” que, em todos os fins de ano presenteia o comércio com os lucros das vendas do natal.

 

BARÃO DE MAUÁ

Um dos maiores empresários brasileiros de todos os tempos, Irineu evangelista de Sousa, Barão

de Mauá, armador e banqueiro, fez fortuna por dominar a contabilidade aos 16 anos, conforme

declaração própria, aos 9 anos trabalhava como estoquista.

PATRONO DO COMÉRCIO

José da Silva Lisboa

José da Silva Lisboa, primeiro barão e Visconde de Cairu nasceu em Salvador em 16 de julho de 1756  e

faleceu no Rio de Janeiro20 de agosto de 1835. Foi economistahistoriadorjurista, publicista e político

 brasileiro, ativo na época da Independência do Brasil e creditado pela promoção de importantes

reformas econômicas.

Apoiador de D. João VI e D. Pedro I, ocupou diversos cargos na administração econômica e política do Brasil após a instalação da corte no Rio de Janeiro, em 1808, incluindo Deputado da Real Junta do Comércio e Desembargador da Casa da Suplicação.

Teve papel importante no incentivo ao ensino de economia política no país, e participou ativamente na redação dos decretos que determinaram a abertura dos portos brasileiros e o fim da proibição de instalação de manufaturas no Brasil.

 A sua atitude favorável ao desenvolvimento econômico do Reino Unido do Brasil acabaria por contribuir de forma importante para as condições indispensáveis à independência política do Brasil, em 1822.Por suas contribuições, o Visconde Cairú  é considerado o patrono do comércio e a data do seu nascimento é considerado o "Dia do Comerciante"

COMÉRCIO - UMA GRANDE APOSTA

O Comércio é uma troca de mercadoria facilitada, nos tempos modernos, pelo dinheiro. Numa visão simplificada

é uma rede de apostas: 

O empreendedor monta um negócio, empata um capital em instalações e mercadorias, assume compromissos

financeiros fixos e variáveis e aposta que vai faturar o suficiente para pagar as despesas, custos, recuperar o

capital, pagar seu trabalho e possivelmente, sobrar algum dinheiro.

Por outro lado existem outras personagens que vão enxergar esse projeto sobre outros prismas:

Os concorrentes têm os mesmos objetivos e apostam que serão mais eficientes que seu opositor. 

Os Funcionários, que irão contribuir com seu trabalho, apostam no sucesso do empreendimento para garantir seus empregos. 

Os fornecedores (Indústrias, distribuidoras e atacadistas, etc.) participam desse jogo, apostando em seus clientes, afinal de contas, suas próprias apostas estão em jogo

As transportadoras apostam que as mercadorias vão circular entre os fornecedores e os comerciantes.

Os contadores fortalecem as apostas de seus clientes ao colocar ordem no sistema.

Os governos: Municipal, estadual e federal, visando as arrecadações de impostos apostam em todos.

O sistema bancário azeita o sistema apostando no retorno de seus recursos financeiros. 

Na torcida organizada estão: as associações de classe, entidades sindicais, agências de publicidade, serviços de comunicação, prestadores de serviço e o terceiro setor.

No final quem ganha é o freguês que, apostando em seus fornecedores, recebe o grande prêmio: Suas necessidades atendidas a tempo e a hora: produtos de qualidade; bom atendimento e preços compatíveis, é só apostar certo, afinal de contas é ele quem fornece os recursos para toda essa roda girar.

O COMÉRCIO

O comerciante é todo agente capaz que pratica atos de intermediação com intuito de lucro. Atualmente o "comerciante" é nominado “empresário” e isso se dá pela tendência de que a atividade negocial não se caracteriza mais pela prática de atos de comércio, mas, pelo exercício profissional de qualquer atividade econômica organizada, exceto as atividades ditas como intelectuais (código civil, parágrafo único do artigo 966)

Os comerciantes, industriais e fazendeiros (naquela época não se conhecia o termo “Prestação de Serviços”) que fundaram a “Associação Commercial de Juiz de Fora”, ainda no século XIX, já entendiam essa amplitude de concepção do que é o comercio, intitularam –na “Commercial” embora tivesse a efetiva participação na casa dos diversos setores econômicos.

Existem infinitos tipos de comércio (agora se tratando do comércio propriamente dito): varejistas, atacadistas, vendedores de porta em porta, camelôs, magazines, supermercados, hipermercados, restaurantes, lojas de departamento, trailer de hambúrguer da esquina, carrocinha de cachorro quente, e-commerce, lojinha de bairro (onde só trabalha a família) etecetera, etecetera, etecetera. É uma atividade democrática por natureza.

Focando no varejo, que é a ponta do iceberg comercial, lembramos que, em tempos idos o que predominava era a “caderneta” onde as compras eram anotadas e pagas aos poucos e induziam a compra de novos produtos quando visitavam às lojas para pagar. Em alguns ramos, como o de sapatos, por exemplo, o cliente levava vários pares, para experimentar em casa, com calma, devolvendo aqueles que não agradassem, o que com certeza, forçava a aquisição de maior quantidade.

Nas “vendas” e armazéns cada cliente tinha seu caderno e, no fim do mês, quando “fechavam” suas contas recebiam um “agrado”: uma barrinha de goiabada, por exemplo. Há relatos de fregueses que acertavam suas compras anualmente, sempre em dezembro, ninguém gostava de “passar o ano devendo”.

Nas décadas de 1960\1970 o comercio varejista se organiza e surge o crediário da maneira que conhecemos e em consequência, os serviços de proteção ao crédito.

Os cartões, o dinheiro de plástico, aparecem na década de 1980, primeiro como cartões de compra, o “American Express” e depois os que ofereciam crédito. As transações eram autorizadas por telefone e eram lentas. As administradoras ofereciam periodicamente uma “lista negra” com os números dos cartões cancelados

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A PROPAGANDA 

O Comércio, numa visão mais apurada, ultrapassa a sua definição básica de compra e venda de produtos e serviços, o comerciante é, também, um comunicador, por excelência, que anuncia seus produtos dizendo que eles existem e para que servem, atende as demandas, as necessidades básicas e de satisfação e facilita a realização de sonhos de consumo. Ao se instalar, próximo ao consumidor, permite o acesso aos produtos; ao oferecer crédito coloca a mercadoria dentro das possibilidades financeiras do freguês, enfeita sua loja, suas vitrines e com a publicidade e a propaganda informa sobre os produtos à disposição. 

Os meios de comunicação sempre estiveram abraçados com os meios de produção e vendas. 

No Brasil, as primeiras propagandas surgiram no final do século IX quando ocorre um crescimento urbano capas de abrigar diferentes atividades profissionais e setores de negócios que necessitam comunicar sua existência ao mercado. 

O desenvolvimento da publicidade e propaganda está atrelado diretamente à evolução dos meios de comunicação. É evidente, então, que as primeiras publicidades surgiram nos veículos impressos: Jornais, revistas, almanaques, polianteias e cartazes; depois foi no cinema; no rádio; na televisão já nos meados do século XX e na internet, já próximo do fim dessa Era. 

Em 1821 surge o primeiro jornal com anúncios, o “Diário do Rio de Janeiro”. Os anúncios se caracterizavam por trechos longos e poucas ilustrações, como os atuais “classificados”. Eram venda de imóveis e de escravos; datas de leilões; ofertas de serviços de artesãos e profissionais liberais.

 

PECULIARIDADES DE ALGUNS RAMOS DE NEGÓCIO

Os Calçados no Brasil

Antes da chegada da côrte portuguesa ao brasil em 1808, os sapatos serviam somente para proteção dos pés. A partir daí é que o comércio de calçados se desenvolveu e os costumes se europeizaram, surgindo a moda nesse ramo.

Aos escravos não se permitia o uso de sapatos, mas, quando conseguiam suas liberdades o compravam como simbolo da nova condição social. Muitos não se acostumavam com seu uso natural e os utilizava como um accessório decorativo, símbolo de prestígio, carregando-os , orgulhosamente, pendurado nos ombros ou carregando-os nas mãos.

Até o final do século XIX os calçados eram importados da Europa; o modelo básico era a botina fechada de camurça, de pelica ou de seda, para as mulheres mais abastardas e chinelos para o restante da população feminina.

No começo do século XX a industrialização desses produtos se inicia no Brasil pelo Rio Grande do Sul pela proximidade com a matéria prima mais utilizada, o couro e a cidade de Novo Hamburgo se torna um pólo coureiro- calçadista.

No decorrer do século XX, no estado de São Paulo ocorre uma grande expansão industrial e na cidade de Franca surge um pólo de fabricação de calçados masculinos.

Os Calçados em Juiz de Fora

No começo do século XX muitos comerciantes de sapatos fabricavam boa parte dos produtos que vendiam, pois, Juiz de Fora tinha fornecedores próximos de matéria prima,vários curtumes omo o Krambeck e Surerus) e complementavam seus estoques com indústrias do Rio de Janeiro.

Com o crescimento da produção em São Paulo e Rio Grande do Sul, nos anos 50 e 60 ( século XX), os empresários locais preferiram se dedicar mais ao comércio.Ainda assim, mesmo não sendo um grande centro de produção de sapatos, essa cidade , quando era conhecida como a "Manchester Mineira", continha em seu parque industrial muitas fábricas de sapatos, até que, no final do século XX, a globalização e a abertura do mercado brasileiro para importação, liquidou com boa parte das indústrias locais, inclusive deste ramo

O Ramo de Farmácia no Brasil

Esse ramo de negócios passou por severas mudanças em seu perfil de funcionamento. ao longo do século XX, até os meados desse século os profissionais de farmácia supriam a carência de médicos, principalmente nas camadas mais simples da população. Os farmacêuticos (boticários) atendiam consultas, receitavam e produziam os remédios; faziam curativos e aplicavam injeções mantendo enorme credibilidade nas comunidades onde mantinhas seus negócios.

Em Juiz de Fora

As farmácias: do Lawall (São Mateus);do Lessa na Rua Halfeld; do Sô Pifano n na Avenida dos Andradas e do Moisés m Santa Terezinha, são exemplos nessa época em que a população prescindia de médicos por serem caros e raros. As Farmácias se desenvolveram conforme os medicamentos evoluíam. Na segunda metade do século XX surge a Indústria Farmacêutica com os grandes laboratórios produzindo em alta escala e, aos poucos as drogarias de rede vão substituindo as farmácias tradicionais.

DO ARMAZÉM AO SUPERMERCADO

A “Venda” do Sô Chico, O Armazém do Sô José, Secos e Molhados eram as denominações para casas comerciais que vendia alimentos, produtos de limpeza e utensílios doméstico, depois evoluíram para mercearias e, mais tarde, supermercados e hipermercados.

As “vendas”, eram pequenos estabelecimentos, mais simples onde se encontrava as mercadorias do dia a dia, entre outras: Arroz, feijão, fubá; banha de porco (em latas de 20 quilos ou tambores, pesada na hora e embrulhadas em papel manteiga); batatas, cebola e alho; retrós de linha para costura; aguardentes (tinha cachaça com pedaços de coco); vassouras, sabão em barra e anil e algumas ainda vendiam tamancos, penicos, tálias e moringas.

Os Armazéns ou secos e molhados eram maiores, mais diversificados e vendiam, também os produtos importados: Bacalhau, azeites, azeitonas, especiarias (pimenta do reino, cravo canela etc.), carnes secas e salgadas e vinhos. “Casa Romanelli” do Senhor Francisco é um exemplo daquela época 

As mercadorias eram apresentadas a granel, em sacos de juta ou linhagem, caixas de madeira, barris e pesadas na hora, não existia o plástico, as embalagens eram: sacos de papel de vários tamanhos, um papelão grosso chamado “carne seca” (que pesava mais de 50 g a folha). Não existiam normas de defesa do consumidor: não haviam rótulos e não se descontava o peso das embalagens.

Na década de 60 surgem os primeiros auto- serviços, que propunha preços menores, utilizavam menos mão de obra e não vendiam fiado. 

O primeiro supermercado em Juiz de Fora foi o “Canguru” - “A economia de sua bolsa” (fazia alusão à bolsa do animal que o nominava), na rua Marechal Deodoro, mais ou menos em frente aos correios idealizado pelos Irmão Mendes (Geraldo e Gudesteu) que usaram como modelo as “Casas da Banha” do Rio de Janeiro. Um ano depois o estabelecimento foi vendido ao grupo “Merci”.

Em 1965 surgiu o “Panelão”, substituindo o “Armazém Esperança”, na Rua Marechal Deodoro, parte baixa, quase esquina com Getúlio Vargas, Peron era o proprietário. 

Na década de 70 os supermercados vieram com força: “ENSA” – Entrepostos Nacionais S.A. (um dos sócios era o Jenito, de Juiz de Fora), da Região Serrana Fluminense; “Casas da Banha” (depois grupo “CB”) e “Disco” (Primeiro Hiper) do Rio de Janeiro. 

Na década de 80 o grupo “CB” encerras as atividades e seu acervo em Juiz de Fora é encampado pelo “Bretas”; O “Disco” local é adquirido pelo baiano Jaime Paes Mendonça e se transforma em “J. Paes Mendonça”, durou pouco, o “Bretas” assumiu esse estabelecimento. Nessa década, também, surge um bar e mercearia no bairro Santa Luzia que se transforma no futuro na maior rede de supermercado Juizforana, o “Bahamas”. 

Quando se aproximou o final do século XX foram criadas as “redes” de supermercados de menor porte como a “Super Mais” com a participação do “Fortaleza” (Manuel Honório, “Pais e Filhos” (Benfica), “Rei do Arroz” de Santos Dumont e mais alguns da região. 

 

CONSIDERAÇÕES DE ROGÉRIO DE CAMPOS TEIXEIRA 

"Meu pai teve dois armazéns bastantes famosos em Juiz de Fora: o Armazém da Lua, onde hoje é uma loja de material elétrico na esquina da Santa Rita com Batista, minha família morava na parte de cima quando eu nasci em 1948 (mas nasci na Maternidade do Sanatório Dr. Villaça), depois disto o Armazém Brasil, na Batista ao lado do Pálace. Referência importante na minha memória é a "Casa Passarela", onde hoje é o Empório Bahamas de São Mateus. Um casarão, com pé direito muito alto, vendia de tudo, secos e molhados, fumo de rolo, enxadas, anzóis, linguiças, carne seca, armarinhos, etc. Os donos usavam calças cáqui, suspensórios, um lápis apoiado em cima da orelha, daqueles de molhar na boca entes de escrever num livrão o que o cliente tinha levado no fiado. Do final de da Rua São Mateus para cima era mato, tinha até fazendas por ali, onde hoje é o Cascatinha, Teixeiras, etc"- 

A força do Comércio de Juiz de Fora: 

No início desse século XXI a cidade de Juiz de Fora influencia economicamente uma região onde moram cerca de 3.000.000 de pessoas: Zona da Mata, Vertentes da Mantiqueira, parte do Sul de Minas e um pedaço do Estado do Rio, sendo muito forte a prestação de serviços nas áreas de educação e saúde. O comercio, por sua vez, vigoroso e diversificado, participa da preferência regional. 

O “Centro” é a principal e mais tradicional região de comércio: é onde encontramos as centenas de estabelecimentos comerciais de todos os ramos; os principais serviços públicos e os serviços financeiros, mas muitos bairros têm comercio forte e atraente. 

Benfica, na zona Norte tem um comércio maior do que muitas cidades ao redor; no Alto dos Passos, onde os negócios são mais sofisticados, tem um excelente centro gastronômico; São Mateus, Santa Luzia, Manuel Honório, Santa Terezinha, Grama e Linhares, são completos comércios que atendem perfeitamente as comunidades locais; São Pedro, na cidade alta, a cada dia se torna mais importante como centro comercial; existem muitos outros comércios menores esparramados pela cidade. 

Aos domingos, na avenida Brasil, podemos conhecer a essência do comércio A feira livre aonde se vende de tudo, de um lado do rio encontramos a feira de alimentos tradicional e do outro lado um popular “tem de tudo”. 

A localização do Comércio de Juiz de Fora ao longo do tempo 

Com a inauguração da Estação da Central do Brasil (depois Rede Ferroviária Federal S.A.) em 1875 e a Estrada de Ferro Leopoldina, 9 anos depois, o comércio varejista e atacadista fixou-se ao entorno do sítio formado, principalmente, pela Praça Dr. João Penido, Ruas Paulo de Frontin e Halfeld (parte baixa até a Sete de Setembro) e Av. Francisco Bernardino. 

Os Árabes, chegando pouco depois, no começo do século XX, adotaram a Rua Marechal Deodoro (parte baixa). 

Pelos idos de 1960 os bancos se instalaram à Rua Halfeld entre a Av. Getúlio Vargas e Av. Barão do Rio Branco e o comércio varejista se desenvolveu na Rua Marechal Deodoro no trecho paralelo. O desenvolvimento de determinadas áreas, muitas vezes, significava o esvaziamento econômico e degradação das áreas utilizadas anteriormente. 

“Os maridos não deixavam as mulheres frequentarem a ‘Rua dos Bancos’ (Halfeld) por causa da grande presença masculina e o comércio varejista da Marechal se desenvolveu”( Domingos Delmonte) 

Atualmente o Centro Comercial é formado por um triangulo formado pelos logradouros: Avenida Independência, Avenida Francisco Bernardino, e Av. Barão do Rio Branco e já extravasa essa marcação em vários pontos. A Avenida Rio Branco, as Ruas: Mister Moore, Halfeld, Marechal, e São João Nepobuceno, entre a Batista de Oliveira e Av. Barão do Rio Branco e Galerias dessa área é considerado o espaço mais nobre, abaixo da Getúlio Vargas, inclusive essa, se concentra o comércio mais popular. 

 

CENTROS DE COMPRAS 

Próximo ao final do século XX surgem os primeiros centros de compras que se intitularam Shoppings Centers : 

O primeiro conjunto de lojas com características de Shopping foi o Mister Shopping"   e posteriormente o condomínio do Edifício Santa Cruz Shopping foi criado onde anteriormente funcionava a Fábrica de Tecidos Santa Cruz. Foi inaugurado em 15 de julho de 1991 e tem 360 lojas.

A diversificação do Comércio de Juiz de Fora

Vá à feira livre ao domingo na Av. Brasil e vai ver como é de impressionar a variedade de ofertas de mercadorias. Vende-se e compra-se de tudo que se possa imaginar. Toda aquela atividade demonstra bem o que é a essência do que seja o comércio. Vale tudo pela subsistência das famílias de centenas de micros empresários que trabalham com um mínimo de regras e nenhum apoio institucional, mas funciona, e muito bem.

Da feira vá para o centro comercial com suas galerias e ruas onde o comércio mais popular se mistura com lojas de grife e estabelecimentos de grandes redes; botequins “Pé sujo”, bons restaurantes, comida a quilo, inúmeras lanchonetes para todos os gostos e bolso; camelôs, artesãos e feirinhas de todo tipo.

Dê uma volta nos comércios do Alto dos Passos requintado e luxuoso e do São Mateus forte e estruturado. Vá até Benfica, São Pedro, Santa Luzia Manuel Honório e tantas outras regiões onde os negócios são melhores e maiores que muitas pequenas cidades da região. Cada bairro que passamos somos surpreendidos por mais e mais estabelecimentos que oferecem produtos e serviços dos mais diversos.

Não se esqueça de visitar os bairros mais afastados e distritos com suas quitandas, mercadinhos e biroscas.

Lembre-se dos grandes mercados, distribuidoras, atacadistas que estão por todo o canto e da CEASA.

Perceba, então que a cidade atende que tem cerca de 650.000 habitantes, atende à uma região de mais de 2 milhões de pessoas das regiões da Zona da Mata, Vertentes da Mantiqueira e a até do vizinho Estado do Rio, oferecendo uma complexa estrutura de comércio e prestação de serviços.

Galeria de imagens

Mercúrio

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Hermes

Vitral da Associação Comercial de Juiz de Fora

São Dimas

São Bartolomeu

São Nicolau- Papai Noel

Barão de Mauá

Visconde de Cairú

Visconde de Cairu

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Loja da Jodac. década de 1970

Drogafar, década de 1990

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Farmácia Dia e Noite, década de 1990

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Joalheria Lisboa década de 1970

# fotos seguintes: A Scarpária de Fausto de Araújo Braga, calçados infantis - década de 1980

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PROPAGANDAS DA DÉCADA DE 1950
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Hora do Lazer

CAFEZINHO E PORRINHA

Vamos tomar um cafezinho?

O "tomar um Cafezinho" foi instituído para servir à confraternização do povo que trabalha no comércio. Nem sempre se toma um cafezinho por estar com vontade, pode até ser que sim, mas, porque é a hora de uma pausa na estafante labuta. A hora do cafezinho é sagrada é como se fosse a hora de rezar. Toma-se um cafezinho com o freguês, com outro comerciante vizinho, com os colegas do serviço, seja com quem for, o negócio é dar uma escapadinha e relaxar.

Nos centros comerciais sempre tem um estabelecimento que serve o café, seja de coador, mais tradicional, ou expresso mais moderno e que vem conquistando seu espaço. Desde sempre é nesses lugares onde todos se encontram.

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O PORCO E A GALINHA ( FÁBULA)

Uma galinha e um porco tomavam cervejas em um bar (provavelmente muitas) e se entusiasmaram (efeitos etílicos) em se tornarem empresários, donos de seus próprios narizes, ou seja, de seus próprios bico e focinho.

Passaram a noite divagando até encontrarem uma fórmula simples, de “lógica brilhante” para ganhar muito dinheiro: A galinha forneceria seus ovos, o que representaria 50% de garantia de sucesso do empreendimento, enquanto o porco entraria com a outra metade, fornecendo o bacon.

Empolgada com a possibilidade de lucro, a galinha já planejava a ampliação do poleiro, o porco por sua vez vislumbrava seu “cofrinho” muito, muito recheado.

Na madrugada, porém, depois de muitas garrafas vazias e tira-gostos (torresmos e asinhas), inúmeros planos e estudos, o porco, num momento de lucides, exclamou, epa, pera lá; para a galinha fornecer ovos, basta uns cacarejos e um certo esforço, mas, para contribuir com o bacon preciso arrancar minha própria pele. É Fria, tô fora.

UNIÃO COMERCIAL DOS VAREJISTAS 1948

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