(Almanaque)História de Juiz de Fora
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NA VIRADA DO SÉCULO XIX PARA SÉCULO XX
ÁRABES EM JUIZ DE FORA
Os Árabes, chegaram aqui dispostos a trabalhar e prosperar, deixando para trás um passado sobre constante ameaça de guerras. Isso ocorreu a partir do final do século XIX e não contaram com incentivos ou subvenções do governo.
Sessenta e nove famílias vieram da Síria e cerca de trezentas, do Líbano e foram se estabelecendo pelas ruas Marechal Deodoro, Batista de Oliveira, Halfeld e Avenida Getúlio Vargas.
Segundo Isabel Pequeno, no artigo que a Tribuna de Minas publicou em uma revista comemorativa do sesquicentenário da cidade em maio de 2000, o primeiro sírio a chegar em Juiz de Fora teria sido Nemam Salomão, no ano de 1913; e o primeiro libanês foi Salim Nicolau, em 1894.
Primeiramente viviam como mascates, mas com o tempo, e percebendo que não retornariam para sua cidade de origem, juntavam um dinheiro e investiam em lojas.
Investiram também em outros ramos, em 1950, José Gattás entrega à cidade o prédio que construiu para abrigar o Hotel Centenário. Em 1960 terminou a construção do edifício Brasília, de 11 andares, erguido para sua família. Os altos edifícios começavam a mudar a paisagem da cidade.
Compre água e venda água, mas não trabalhe para ninguém. Com essa filosofia, sírios e libaneses ganharam a vida em Juiz de fora e retribuíram a acolhida dando vida às ruas centrais com o colorido de suas mercadorias, principalmente tecidos.
Atraídos pelo potencial da cidade, vinham dispostos a trabalhar e prosperar, deixando para trás um passado sob constante ameaça de guerras.
Não trabalharam no campo e nem nas fábricas, nem contaram com incentivos ou subvenções do governo. Sírios e libaneses cristãos se instalaram na cidade espontaneamente a partir do século XIX.
Fábricas de tecidos foram abertas, dentre elas a fábrica Santa Rosa, a Malharia Master, a Viúva Salomão e Filhos e outras.
Longe das guerras os árabes encontraram paz em Juiz de Fora. Graças ao espírito empreendedor, libaneses e sírios guardam com orgulho a história construída com trabalho e determinação. Sábios, sociáveis, festeiros, grandes negociadores e incansáveis batalhadores.
Da Síria, 69 e do Líbano, cerca de 300 famílias se radicaram em Juiz de Fora. Na última década do século XIX, um libanês, Monsieur Howyan, elaborou um projeto revolucionário de água e esgoto para a cidade, antes de se mudar para Paris.
A Revolução de 30 estourava, inaugurando a segunda República, governada por Getúlio Vargas. O café da Zona da Mata já não conseguia bons preços no mercado, e as indústrias de Juiz de Fora resistiriam por mais uma década aproximadamente. Enquanto isso, o comércio dos árabes se expandia pelas ruas Marechal Deodoro, Batista de Oliveira, Halfeld e Avenida Getúlio Vargas.
CLUBE SÍRIO E LIBANÊS
O Clube Sírio e Libanês foi fundado em 1964, com sede na Avenida Rio Branco, onde ocorrem reuniões anuais.
GRUPO NABAK
"O Grupo Nabak foi fundado em 2001 no Clube Sírio e Libanês de Juiz de Fora sob a direção do libanês Tufic Nabak. Sua origem se deu nas gravações do filme Lavoura Arcaica e na participação do Desfile Sesquicentenário de Juiz de Fora, em comemoração aos 150 anos da cidade. O grupo marcou a estreia na sua sede em comemoração aos 37 anos do Clube Sírio e Libanês, e desde então vem se apresentando em grandes eventos tradicionais por todo o Brasil.
O Nabak obteve do Consulado Geral do Líbano no Rio de Janeiro o
reconhecimento pelo trabalho de divulgação e preservação da
cultura libanesa no Brasil. Ao longo de sua trajetória, o grupo já
conquistou várias homenagens e prêmios por todo o país e ganhou
um caráter profissional, tornando-se mais conhecido por várias
regiões do país e do exterior.
As apresentações do Nabak têm sido recebidas com bastante
entusiasmo e emoção pelo público que acredita e participa do seu
trabalho. O Grupo Nabak traz um pouco das raízes orientais,
apresentando a expressão típica do povo árabe, com o objetivo
e representar e divulgar a arte da dança e da cultura árabe.
IGREJA MELQUITA
A Paróquia Melquita Católica de São Jorge é uma igreja localizada no Helena e foi fundada em 1958 pelos sírios praticantes do Rito Bizantino que chegaram na cidade junto com as imigrações de outros árabes no fim do século XIX e início do XX. A primeira missa foi realizada em 1965, quando a construção ficou pronta.
A Sociedade Beneficente Melquita de São Jorge foi fundada em 1957. É composta por mulheres que se reúnem para rezarem e cantarem em árabe. A sociedade possui fins filantrópicos e organiza, no dia de São Jorge, uma festa com barraquinhas e comidas típicas árabes nas ruas próximas à Igreja Melquita, convertendo a renda para obras sociais.
SÍRIOS
YABROUD - JUIZ DE FORA
A grande maioria, senão a totalidade, dos Sírios que vieram aportar em Juiz de Fora, vieram de uma única cidade: a pequena Yabroud (em árabe: يبرود) a 80 Km ao norte da capital Damasco.
Yabroud tinha uma população de 25.891 no censo de 2004. A cidade é conhecida por suas cavernas antigas, mais notavelmente a caverna Iskafta onde, em 1930, o arqueólogo alemão Alfred Rust fez importantes descobertas pré-históricas. Em Yabroud se encontra a mais antiga igreja na Síria.
O nome Yabroud é originário de uma palavra aramaica que significa "frio”. A cidade é localizada as encostas das Montanhas Qalamun a uma altura de 1.550 m.
FENÔMENO IMIGRATÓRIO
“O fenômeno imigratório contribui “para dissimular a si mesmo sua própria verdade”. Isto porque o emigrante sai de sua terra com o objetivo de estabelecer-se em outro local provisoriamente, em busca de uma vida melhor, que ele muitas vezes não conseguiria se continuasse estabelecido em sua cidade natal. Porém, na maioria dos casos, o que acontece é a permanência deste na sociedade que escolheu para trabalhar, uma permanência que não é decidida a princípio... O emigrante é essencialmente uma força de trabalho provisória e só aceita viver em terra estrangeira com a condição de que isto seja passageiro. Entretanto o tempo se encarrega de fazer com que sua estada fora de seu país seja permanente para muitos, embora sempre ocorra a sensação de que se voltará para casa em breve.
A partir do momento em que os primeiros que emigraram passaram a enviar dinheiro para os familiares, permitiu a estes comprar terras e construir casas adquirindo prestígio junto aos locais. As outras famílias não poderiam deixar sua honra ser abalada e acabaram encaminhando algum parente para que também pudessem adquirir bens e não ficar atrás das outras pessoas da aldeia. A imigração para as Américas era uma forma de acumular pecúlio em proporções inimagináveis para os padrões locais. ”
http://www.asminasgerais.com.br
Pagina do grupo no Face book
WIKIPÉDIA
http://www.ufjf.br/lahes/files/2010/03/c1-a37.pdf
http://www.ufjf.br/ppghistoria/files/2009/12/Juliana-G-Dornelas1.pdf
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CAPÍTULO IV
SÉCULO XIX
A DE 1879 A 1899
HOME
1880
BONDES (COMPANHIA FERROCARRIL)
Em 20/10/1880 o governo provinciano autorizou Eduardo Batista Fanno e Felix Schmidt para instalar uma linha férrea para o transporte de passageiros e cargas na cidade com bondes de tração animal, surgindo, então, a Cia. Ferrocarril Bond de Juiz de Fora.
Em 02/11 do mesmo ano, os dois interessados pedem licença à Câmara Municipal para iniciar o assentamento dos trilhos ao longo da rua Direita. Em 15/11/1881, inicia- se o assentamento dos trilhos entre a Ponte do Queiroz na rua Direita e o Largo da Estação, passando pela rua da Imperatriz (Marechal Deodoro). Em 23/01/1887 é inaugurado novo trecho da linha de Bonde: Largo da Estação, Halfeld, Comércio, Espírito Santo, até ligar-se à linha já existente na rua Direita. O bairro da Tapera é beneficiado com linha de bonde em 22/07/1890.
A Cia. Ferrocarril Bond de Juiz de Fora é transferida à Firma Fritz, em 26/04/1897 e, em 28/02/ 1898 o acervo é adquirido pela Cia. Mineira de Eletricidade que em 06/07/1906 troca os veículos de tração animal para os bondes elétricos, partindo da ponte da rua Halfeld. São inaugurados em 06/03/1927 as linhas de Botanágua com dois ramais: Costa Carvalho e Vitorino Braga. A linha de bonde que começava na rua Direita, no Alto dos Passos, terminava junto à Fábrica de Cerveja José Weiss com dois ramais: Costa Carvalho e Vitorino Braga. A linha de bonde que começava na rua Direita, no Alto dos Passos, terminava junto à Fábrica de Cerveja José Weiss.
CLIQUE
Foto do acervo de Luiz Antonio Stephan
FONSECA, Walter. Pequena enciclopédia da cidade de Juiz de Fora: gente, fatos e coisas. São Paulo: Ícone Ed., 1987. p. 17. Sobre as linhas de bondes ver também ARQUIVO DA SOCIEDADE BENEFICIENTE DE JUIZ DE FORA. Almanach de Juiz de Fora - 1898. Organizado por Heitor Guimarães, Anno III. Juiz de Fora: Typographia Mattoso e Medeiros, 1898. p. 247. A linha de bonde que começava na rua Direita, no Alto dos Passos, terminava junto à Fábrica de Cerveja José Weiss.
www.ufjf.br/clioedel/files/2009/10/COD98010.pdf
[1] Foto do acervo de Mauricio Lima Correia
1881
Oitava Legislatura da Câmara de Vereadores de 07 de janeiro de 1881 E 1884
Participaram:
José Joaquim Monteiro da Silva, Barão de Santa Helena – Agente Executivo E Presidente Do Conselho Municipal
Conselheiros
1. Manoel Vidal Barbosa Lage
2. Francisco Eugênio de Rezende
3. Ambrósio Vieira Braga, Doutor
4. Pedro de Cerqueira Leite, Desembargador, Barão de S. João Nepomuceno, Partido Liberal
5. José Caetano Rodrigues Horta - Barão de Itatiaia
6. Bernardo Mariano Halfeld, Tenente Coronel:
7. João Nogueira Penido
8. Joaquim Fernandes de Miranda
9. Francisco de Assis Pinto
10. José Aires do Nascimento
11. Joaquim Calixto Rodrigues
12. Manoel José Pereira da Silva
13. João Batista de Souza Roussin
14. José Capistrano Barbosa de Alkmin
15. Antero José Lage Barbosa, Doutor
16. Agostinho Corrêa
17. Quintiliano Nery Ribeiro
18. Marcellino de Brito Pereira de Andrade
19. João Baptista de Castro
20. Necesio José Tavares
1882
INDUSTRIAL MINEIRA (A FÁBRICA DOS INGLESES)
Com o encerramento da Cia. União Indústria o espaço onde funcionava essa empresa, na Av. dos Andradas, foi cedido em 1882 para a fábrica de tecidos Steele, Morrith e Whytaker, conhecida como “Fábrica dos Ingleses”, que funcionou a partir de 1883.
Em 1884 a empresa já contava com 128 funcionários, homens, mulheres e crianças de diferentes nacionalidades, um ano depois, mais de 150.
Eram 100 teares e máquinas de preparação e fiação para abastecê-los; uma engomadeira e uma máquina de descaroçar, visto que compravam algodão produzido na cidade, também.
Em janeiro de 1888 a empresa que já passava de 200 operários, fundou uma escola noturna gratuita para os operários e seus filhos.
Em oito de março de 1889, a “fábrica dos Ingleses se transformou em S.A. e adotou o nome: Companhia de Fiação e Tecelagem Industrial Mineira.
Em 1943 Benjamim Ferreira Guimarães assumiu o controle acionário da empresa e renomeou a Companhia Têxtil Ferreira Guimarães.
A empresa começou a desativar suas unidades industriais em Juiz de Fora a partir de 1995.
Nono Conselho Municipal ("Nona Legislatura Da Câmara De Vereadores") entre 1884 e 1886
Participaram:
1. Marcelino de Brito Pereira de Andrade, Visconde de Monte Mário, Agente Executivo e Presidente do Conselho Municipal
Conselheiros
2. João Baptista de Castro
3. João Batista de Souza Roussin
4. Agostinho Corrêa
5. Francisco Bernadino Rodrigues Silva
6. Manoel José Pereira da Silva
7. José Capistrano Barbosa de Alkmin
8. Quintiliano Nery Ribeiro
9. Antero José Lage Barbosa
10. Necesio José Tavares
11. Antônio Mendes Barreto
12. João Pedro Ribeiro Mendes
IGREJA METODISTA CENTRAL
Em 1884 missionários vinculados à Igreja Metodista Episcopal do Sul dos Estados Unidos aqui aportaram na intenção de criar um centro irradiador do metodismo.
A instalação na cidade se deu porque essa era considerada a principal de Minas Gerais, naquela época, era importante, também, a quantidade considerável de imigrantes que, pela afinidade natural, poderiam lhes dar guarida.
Aqui construíram o Instituto Granbery da Igreja Metodista e
edificaram o maior e o mais belo templo metodista da época
, também criaram o Expositor Cristão com a finalidade de
divulgar o metodismo e promover sua unidade nacional,
objetivo este que permanece até hoje, como um dos
principais do tradicional periódico.
Enfrentaram a fúria daqueles que não podiam entender
uma Igreja que buscava a liberdade e a solidariedade.
E nenhum ponto do Brasil o Metodismo desenvolveu o
compromisso social, abraçando algumas causas libertárias
como a da escravidão, a da República e outras que
fervilhavam na sociedade brasileira, quanto em Juiz de Fora
Imóvel remanecente da Indústrial Mineira
1884
1886
IGREJA LUTERANA (Praça Agassis)
Fundação efetiva da Comunidade Evangélica Luterana
Em 20/06/1886 ocorre a fundação efetiva da Comunidade Evangélica
Luterana através da aprovação dos estatutos. Em 1887, a comunidade
se tornou autônoma após já terem constituído o presbitério no ano
anterior.
Em 1886 aconteceu a Exposição Agropecuária, Industrial e
Comercial
de Juiz de Fora. Segundo Jair Lessa, esta Exposição foi o maior
acontecimento daquela época, a maior propaganda que a cidade
teve. Foi iniciativa de repercussão nacional
Realizada em convênio com o ministério da Agricultura.
Wikipédia
(LESSA, Jair. Juiz de Fora e seus pioneiros (do Caminho Novo à Proclamação)
Templo Luterano na Praça Agassis
Igreja Metodista no Parque Halfeld
1887
Décimo Conselho Municipal ("Décima Legislatura da Câmara de Vereadores") entre 1887 A 1889
Participaram:
1. Joaquim Nogueira Jaguaribe, Agente Executivo e Presidente da Câmara Municipal (1887 a 1888) e substituído por
2. Geraldo Augusto Miranda Resende, Barão de Retiro Agente Executivo e Presidente do Conselho Municipal (1888 A 1889)
Conselheiros
3. Antônio Teixeira de Carvalho
4. Joaquim Eloy dos Santos Andrade
5. Pedro José Henriques
6. Ernesto de Andrade Braga:
7. Joaquim Ildefonso Monteiro de Barros
8. Matheus Herculano Monteiro da Silva
9. Bernardo Mariano Halfeld
10. João Severiano da Fonseca Hermes
11. Claudiano Lopes
12. Francisco Ferreira de Assis Fonseca
13. Gabriel Horácio de Barros
14. Luiz Gonçalves Penna Júnior
15. Marcellino de Assis Tostes
16. Francisco Isidoro Barbosa Lage, Doutor
17. Francisco Delgado Pinto Junior
USINA HIDRELÉTRICA DA FÁBRICA DOS INGLESES/ INDUSTRIAL MINEIRA
Em Juiz de fora, de fato foi instalada a primeira usina hidrelétrica da América do Sul, mas não foi a de Marmelos inaugurada em 5 de setembro de 1989, mas, a que atendia a ”Fábrica dos Ingleses” que funcionou a partir de 10 de setembro de 1887 na cachoeira do Ribeiro, (Cascata do Vale do Ipê). Era tecnologia de ponta, uma turbina hidráulica inédita no Brasil que aproveitava a força motriz gerada pelas águas.
“A Fábrica dos Ingleses era assim conhecida por se tratar de um empreendimento de responsabilidade de um consórcio das firmas Morrit, Stiele & Withaker que adquiriu um terreno da Cia União Indústria em 1853 para a construção da primeira fábrica de tecidos de Juiz de Fora. Esta fábrica, entretanto, iniciaria suas atividades pioneiras somente em 1883”. Posteriormente essa indústria foi a Cia Industrial Mineira e depois Cia Ferreira Guimarães.
Foto Blog Maria do Resguardo
Cachoeira do Bairro Vale do Ipê e casa dos funcionários que cuidavam dos geradores de energia, sem data
1888
OS ITALIANOS EM JUIZ DE FORA –IMIGRAÇÃO
Em 1888 foi instalado na um abrigo de imigrantes para receber os italianos que chegavam à cidade pela estação de Mariano Procópio, vindos do Rio de Janeiro, a hospedaria Horta Barbosa que foi construída num terreno da Fazenda da Tapera, que fora doado ao Governo da Província de Minas Gerais pelo seu proprietário, coronel Custódio Silveira Tristão. O controle desse estabelecimento era exercido pela Inspetoria Geral de Imigração, órgão criado na cidade com o fim de prestar o primeiro apoio aos imigrantes e cuidar do encaminhamento destes aos seus novos locais de trabalho, geralmente as fazendas de café.
A hospedaria foi projetada para receber 400 pessoas que ali ficavam por dez dias em média, mas, em novembro de 1888, dois meses após sua inauguração cerca de 2.000 imigrantes superlotavam essas instalações. Funcionou até 1906
"A hospedaria de imigrantes de Juiz de Fora era destinada a receber, dar agasalho e alimentação por até cinco dias, àqueles que haviam se transferido para o Estado e que, do ponto de desembarque, não haviam sido dirigidos para outras hospedarias. Entre as várias atribuições dos funcionários da hospedaria, cabia-lhes escriturar e ter em dia o livro de matrícula dos imigrantes que ali chegavam: portugueses, espanhóis e italianos, em grande maioria" -Arquivo público mineiro. Foto
Com o tempo muitos desses italianos se capitalizaram e estabeleceram no comércio do ramo alimentício, padarias ou armazéns, construção civil e no setor de distribuição de jornais e revistas.
A comida italiana, principalmente as massas e pizzas, deslumbrou a todos os Juiz-foranos e sua presença na culinária se tornou muito forte. Foto
Em 1939 foi erguida a Casa d’Itália, na Av. Rio Branco. O prédio em estilo Art déco, foi construído pela Companhia Industrial e Construtora Pantaleone Arcuri & Spinelli com o apoio dos italianos de Juiz de fora e do governo fascista de Mussolini. Em 1942, quando o Brasil declarou guerra aos países do Eixo, a casa foi ocupada pelos militares e só devolvida aos italianos em 1953.
Outro Prédio importante é ao da Associação Cultural e Beneficente Ítalo-Brasileira Anita Garibaldi, criada em 1946 e cinco anos depois fundiu-se com a Associação dos Irmãos Artistas, criada por operários em 1908. A nova organização instalou-se na Avenida Rio Branco, 1262 e encerrou suas atividades na década de 60. A Casa de Anita só voltou a funcionar em 1993, com atividades culturais. O prédio foi restaurado com apoio da UFJF e de iniciativas privadas. A Igreja São Roque, é mais uma herança desse povo que deixou marcas na identidade de Juiz de Fora, tornando-se conhecida como a mais italiana das cidades mineiras no final do século XIX.
Os Italianos que vieram para Juiz de Fora, em grande parte vieram da Calábria e são católicos devotos de São Francisco de Paola, cuja dia de celebração é 2 de abril, a quem dedicaram uma capela construída dentro da Casa d' Itália. A colônia construiu, também, a Igreja de São Roque, que é comemorado em 16 de agosto.
Não se pode falar em história da cidade sem lembrar os italianos. A vinda deles para a cidade quase se confunde com a emancipação de Juiz de Fora. Em torno de 1880, eles vieram para cá, fugindo de uma Itália banhada em crises políticas, econômicas e sociais. No Brasil, adaptaram seus costumes e misturaram seus hábitos ao da cidade.
Comemorando os 150 anos da cidade, seus descendentes desfilaram pela Avenida Rio Branco, a mesma em que muitos de seus pais e avós chegaram em carroças, com o sonho de dar uma vida mais digna aos seus filhos. Dia 31 de maio, eles dançaram tarantela e clamavam “viva Itália, viva Juiz de Fora”, as duas regiões que seus pais lhe ensinaram a amar. A animação era tanta que o público presente aplaudia e pedia que a dança fosse repetida várias vezes.
“O interessante do desfile foi a comunicação com o povo. Ele agiu como se estivesse dentro da avenida. O povo todo aplaudiu e participou, e isso foi excelente”, conta Marisa Ferreira Pinto Gomes, neta de italianos e uma das organizadoras do desfile dos imigrantes italianos.
A vida não foi fácil para os italianos que deixaram a pátria no final do século XIX. Sem trabalho, sem comida e sem dinheiro, famílias inteiras abandonaram tudo que tinham na Itália e, misturadas a aventureiros, cruzaram o Atlântico, para trabalharem na construção da América.
“A minha mãe conta que sua família inteira veio para o Brasil. Minha avó era pequena, minha bisavó estava grávida e tinha a esperança de encontrar uma terra maravilhosa, onde todos poderiam recomeçar a vida”, conta. Os imigrantes italianos acreditavam que receberiam terras e incentivos financeiros para iniciarem o próprio negócio no Brasil, como lhes fora prometido pela propaganda antes de embarcarem nos portos de Gênova e Nápoles. No entanto, o pacto firmado pelos barões de café e industriais era de mandar os italianos que tinham habilidade no campo para as fazendas e empregar o restante nas indústrias. Com muito trabalho e pouco tempo para se reunirem, tornou-se extremamente difícil a criação de colônias na cidade. Seus dialetos e costumes passaram a se confundir com o dos brasileiros, o macarrão começou a ser acompanhado pelo arroz com feijão e o idioma foi sendo esquecido pela necessidade de se aprender português para trabalhar.
Mas a cultura italiana ainda continua presente em muitos imigrantes e descendentes na cidade. As tradições religiosas são reservadas pelos devotos de São Francisco de Paula, padroeiro dos navegantes: durante o mês de setembro, eles realizam missas, festas e procissões. O palco para as celebrações de San Francesco, e também para outras atividades cultura proporção, os italianos continuam se reunindo na Casa d’Itália para exposições, almoços e campeonatos de bocha. O prédio também abre espaço para aulas de italiano e agora vai abrigar um projeto de remontar seu grupo de dança. “O grupo ainda não está formado, mas após o desfile, ele já recebeu um convite para se apresentar e a gente não vai deixar de participar”, conta Marisa.
No aniversário da cidade, a Casa d’Itália foi ponto de reunião dos descendentes para a organização do desfile. Expressando a alegria em seu estilo característico, com gestos e falando muito alto, tiraram fotos para, quem sabe, mostrar aos seus filhos e netos a homenagem que prestaram aos seus bisavós e tataravós. Eles que foram os responsáveis pelo progresso de Juiz de Fora, e que, mesmo com saudade da terra querida, amaram sua segunda pátria e viveram em harmonia com outros povos, de culturas e valores muito diferentes dos seus.
CIA MINEIRA DE ELETRICIDADE
A companhia foi fundada por Bernardo Mascarenhas e Francisco Batista de Oliveira em 1888 num primeiro momento para atender à indústria de Bernardo, depois às outras indústrias. A C.M.E. construiu a primeira usina hidrelétrica do Brasil, Marmelos-Zero, no Rio Paraibuna, em Juiz de Fora.
"A companhia tem o capital de 800:000$, dividido em 4.000 ações de Rs. 200$ cada uma, capital esse que será em breve elevado a Rs. 1.400:000$000. O presidente e diretor-gerente da companhia é o dr. Henrique Burnier; vice-presidente, o sr. Theodorico Ribeiro de Assis; e gerente técnico, o sr. Asdrúbal Teixeira de Souza.
A qual fornecerá 6.000 cavalos de força elétrica para distribuir entre 47 fábricas e fornecer luz elétrica a 1.100 casas, além do suprimento à cidade de 405 lâmpadas de 32 velas, 123 lâmpadas de 60 velas (Rua Direita) e 5 lâmpadas de arco voltaico de 600 velas."
A C.M.E foi de extrema importância para a industrialização de Juiz de Fora, que no início do século XX era a cidade mais rica e industrial de Minas Gerais, sendo suplantada somente pelo Rio de Janeiro e São Paulo no Brasil.
A C.M.E também instalou a iluminação pública elétrica da cidade substituindo os lampiões a gás, atendia a demanda das indústrias durante o dia e a iluminação pública à noite.
A utilização de equipamentos elétricos era fator de distinção das empresas que a utilizavam, pois, em janeiro de 1901, O "Pharol" divulgou um quadro da industrialização juiz-forana, evidenciando as indústrias que contavam com motores elétricos, movidos a vapor e a petróleo, de 13 indústrias, apenas 4 estabelecimentos contavam com a energia elétrica fornecida pela C.M.E: dois do setor têxtil, um ligado a carpintaria e marcenaria e um estabelecimento ligado à fabricação de maquinismos. Uma fábrica de pregos com um motor de combustão interna (utilização de petróleo), 5 estabelecimentos utilizavam a força a vapor, 2 estabelecimentos contavam com força motriz elétrica não fornecida pela C.M.E. A Fábrica de Tecidos Industrial Mineira utilizava força a vapor e força hidráulica. As empresas eram autoprodutoras de energia. O carvão era neste período a base de força mecânica das indústrias de Juiz de Fora e esse quadro foi se alterando.
Livro de registros da Hospedaria
Essa foto, em frente à igreja de são roque, pertencente à família Scanapieco, retrata grande parte dos italianos e "Oriundi"que fizeram a igreja de São Roque.
Hospedaria Horta Barbosa
asa d'Itadia
UIsina de Marmelos 0
Enquanto isso, no Brasil:
Em 1888 é promulgada a Lei Áurea, declarando extinta a escravidão no Brasil.
1889
Enquanto isso no Brasil:
PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA-PERÍODO DA REPÚBLICA – 1889 A 1931
Ocorreu em 15 de novembro de 1889 e instaurou a forma republicana federativa presidencialista no governo brasileiro, derrubando a monarquia constitucional parlamentarista do império.
Após a proclamação da república, em 21 de janeiro de 1890, o delegado provisório de minas gerais, José Cesário de Faria, dissolve a câmara municipal e cria o conselho de intendência, interrompendo o funcionamento deste legislativo por 2 anos quando, por determinação da lei de organização dos municípios mineiros só em 07/03/1892, são eleitos novos vereadores.
USINA DE MARMELOS - PRIMEIRA USINA HIDRELÉTRICA DA AMÉRICA DO SUL.
Foi a primeira usina hidrelétrica da América do Sul, inaugurada em Juiz de Fora, Minas Gerais, no ano de 1889
O empreendimento foi idealizado por Bernardo Mascarenhas, importante industrial de Juiz de Fora, fundador da Companhia Mineira de Eletricidade em 1888
A Usina de Marmelos foi projetada para atender não apenas as indústrias de tecidos do empresário, mas, também para fornecer eletricidade à iluminação pública da cidade, antes alimentada a gás
A usina está localizada no Rio Paraibuna, às margens da Estrada União e Indústria, outro importante marco da engenharia no Brasil no século XIX. O pioneirismo valeu a Juiz de Fora o título de "Manchester Mineira"
A crescente demanda por energia levou sucessivas expansões da usina, que atualmente conta com uma potência instalada de 4 MW, sendo, portanto, uma PCH (Pequena Central Hidrelétrica), conforme a classificação adotada pela ANEEL atualmente.
A Companhia Energética de Minas Gerais adquiriu a hidrelétrica em 1980
Em 1983, a Usina de Marmelos foi tombada pelo patrimônio municipal de Juiz de Fora e transformada em espaço cultural.
Foi instalado na edificação da usina o Museu de Marmelos Zero, que desde 2000 é administrado pela Universidade Federal de Juiz de Fora.
Obs.: Juiz de Fora já possuía energia elétrica antes de Paris.
GRANBERY
O Colégio Americano Granbery foi fundado em oito de setembro de 1889 por Metodistas, tendo à frente o professor J. M. Lander, seu primeiro curso foi o de Teologia, fundado em 1890, pois a ideia era a de preparar pastores. Posteriormente se dedicou ao ensino desde a infância até ensino médio sendo que em 1999 inaugurou, também, a Faculdade Metodista Granbery.
Nessa instituição foram criados em, 1904, os cursos de Farmácia e Odontologia e as faculdades de Direito (1911) e Pedagogia (1928) que posteriormente vieram a integrar a UFJF.
Em 2024, após com a crise financeira causado pelo distanciamento social da pandemia do Corona vírus (iniciada ema fevereiro de 2020) as instalações do colégio, em sua totalidade foram negociadas e passaram às mãos da FIEMG (Federação das Indústrias de Minas Gerais
BANCO DE CRÉDITO REAL DE MINAS GERAIS
Foi fundado em 05 de setembro de 1889, pelos Senhores: João Ribeiro de Oliveira e Sousa, Bernardo Mascarenhas, Batista de Oliveira, Barão de Monte Alto e Barão de Santa Helena. O Banco de Crédito Real, em sua existência centenária, superou inúmeras crises regionais e mundiais, por exemplo: da borracha em 1914; 1ª Guerra Mundial; quebra da bolsa de Nova Iorque, derrocada do preço do café; revolução de 1930; 2ª Guerra Mundial e a ditadura de Getúlio Vargas.
Em 1897 concedeu empréstimos para instalar a energia hidrelétrica na nova capital, Belo Horizonte e em 1905, viabilizou financeiramente à Cia. Mineira de Eletricidade a implantação dos bondes elétricos em Juiz de Fora.
O Credireal, desde 1919, operava a “serviço do governo estadual” que era, nessa altura seu acionista majoritário com mais de 75% do capital social.
Em 1964, chegou a nove mil funcionários e com quase 180 agências em todo o país.
Em 1974 era um grupo de seis empresas: Banco, Financeira, Corretora de Câmbio e Valores, Turismo, Armazéns Gerais e Federal de Processamento de Dados e Serviços Gerais e Construção.
Em 1990, o banco chegou aos 101 anos, entre os 20 maiores de todo o país o 3º entre estatais, só superado pelo Banco do Brasil e pela Caixa Econômica. O Crédito Real foi a única instituição nacional a viver tal período sem nunca haver fechado as portas, dotada da capacidade de superar crises e dificuldades.
Grambery
Credireal
1890
CASTELINHO
O antigo edifício denominado "Castelinho", foi construído na Rua Espírito Santo, número 467, em 1890, quando a inauguração do motor elétrico que iria ser colocado na fábrica da Cia. Têxtil Bernardo Mascarenhas como força propulsora. A construção foi feita pela firma Pantaleone Arcuri e Spinelli que cuidou também da construção do anexo inaugurado em 1920. Nos fundos do edifício, funcionou a oficina de manutenção e construção dos bondes de Juiz de Fora.
A edificação em dois pavimentos, apresenta revivescência de características da arquitetura medieval. O retângulo correspondente ao segundo pavimento é ladeado por pequenas torres coroadas por ameias que se assemelham às guaritas dos baluartes das fortificações. O aspecto de casa fortificada é ressaltado, também, pelo tratamento rusticado de materiais construtivos - tijolos à vista e imitação de aparelho irregular de pedras.
JORNAL "O PHAROL"
Foi primeira oficina litográfica da província das Minas Geraes adotando técnicas de reprodução fotomecânica. Havia muitas editorias de jornais:
Anúncios de venda, sobre partidos políticos, publicações religiosas. A imprensa foi uma civilizadora da cidade. Foi publicado até 1939
PharolNo final do século XIX existiam 2 tipos de publicação: a homenagem e o almanaque. Os eventos eram divulgados a desígnio de alguma pessoa ou fato por homenagem ou comemoração (A primeira foi editada no distrito de São José do Rio Preto, em maio de 1900, para comemorar o quarto centenário do descobrimento do Brasil).
Os almanaques foram publicados em Juiz de Fora na data de
1887 até 1916, eram editados em formato de livro, cujo
conteúdo das notícias tinham dados sobre a lavoura, a indústria
e o comércio contribuições e curiosidades literárias.
A primeira década do século XX ficou marcada pela grande
quantidade de jornais de pouca duração e reduzida expressão.
A partir de 1920 o número de publicações em circulação
aumenta, com mais de três dezenas de periódicos circulando.
Castelinho
O Pharol
1891
ACADEMIA DE COMÉRCIO
Em 30 de março de 1891, fundou-se uma sociedade anônima formada por fazendeiros denominada Academia de Comércio liderada por Francisco Batista de Oliveira, um dos principais acionistas, sendo inaugurada em 26 de julho 1894 com um curso comercial e um curso de preparatórios.
Era uma instituição de ensino especializada na formação de diretores para o setor Comercial e banqueiros. Foi o primeiro Instituto de Ensino Superior de Comércio do Brasil. Foto
Da França, vieram parte do mobiliário, o projeto arquitetônico e o primeiro diretor, Georges Quesnel. O modelo de ensino adotado era o mesmo da Escola de Altos estudos Comerciais de Paris. Esse modelo não deu certo e devido a apertos financeiros.
Em 2 de abril de 1900 fecharam-se esses dois cursos e em 22 de fevereiro de 1901 fez a mencionada sociedade doação do prédio à Sociedade Propagadora de Ciências e Artes, composta, em sua maior parte, de sacerdotes alemães da Congregação do Verbo Divino que criaram : 1) curso comercial superior, de 2 classes; 2) curso comercial noturno, de 2 classes; 3) curso eletrotécnico, de 3 classes; 4) curso ginasial, que prepara os alunos para as academias da República; 5) curso de preparatórios para os cursos comercial, eletrotécnico e mais escolas do país; 6) curso preliminar (primário) de 2 classes.
PERIÓDICO “LAR CATÓLICO”
O periódico “Lar Católico”, informativo da igreja católica, em sua primeira fase, era bissemanal e tinha como diretor o Padre Venâncio Ribeiro de Aguiar Café (conhecido como Padre Café), vigário da Matriz de Santo Antônio (atual Catedral Metropolitana).
Quando retornou a ser impresso em 1912, pela Sociedade Propagadora Esdeva, ligada à Congregação do Verbo Divino, surgiu para substituir o jornal “A Bússola” e foi impresso por muitas décadas em um prédio anexo à Academia.
Na sua redação, trabalharam o Padre Edmundo Leschnhak, Maria Madaleno Ribeiro de Oliveira, Maria da Conceição Ribeiro de Oliveira, Raya Júnior, Padre Zezinho, Antônio Carlos A. Moreira, padre Tadeu Grings, Padre Sisnando e Beatriz A. Horta Barbosa.
CAPELA SAGRADA FAMÍLIA
É a única instalação religiosa de Minas Gerais com características típicas da arte sacra alemã do século XIX. Sua construção ficou a cargo dos irmãos da Congregação do Verbo Divino, que passou administrar a Academia de Comércio em 1901. Entre os atrativos da capela estão as pinturas e desenhos das paredes e tetos. O irmão Germano Franz Speckemeier foi o responsável pelas figuras com formas humanas, já as faixas e painéis decorativos são de autoria do irmão Adalberto Karl Inhetvin. Ambos eram alemães.
Em 1972, a capela foi transformada em biblioteca e teve suas paredes pintadas de cinza, e os desenhos e pinturas cobertos pela tinta. Os altares e bancos foram retirados e apenas algumas imagens foram guardadas, enquanto outras se perderam.
Em 1991, a diretoria da Academia decidiu transferir a biblioteca para outro lugar e restaurar a capela. Em um trabalhou que durou cerca de quatro anos, a equipe coordenada pelo engenheiro responsável pelos trabalhos e ex-aluno da Academia, César Xavier Bastos, restaurou pinturas, escadas e imagens. O altar e o sacrário foram redesenhados. A meta era deixar a capela o mais próximo possível do que era, recriando-a exatamente como quando fora desativada.
A bênção da nova Capela da Academia aconteceu em agosto de 1995, com sua inauguração integrando as comemorações do centenário da chegada dos padres da Congregação do Verbo Divino no Brasil.
Em 1998, a Capela da Academia foi a única representante de Juiz de Fora a ser incluída no livro "Igrejas de Minas", de Ângelo Oswaldo de Araújo Santos (com fotos de Eugênio Pacelli), editado pela CEMIG e que enumerava várias igrejas do estado selecionadas devido às suas qualidades artísticas.
Capela Sagrada Família
1892
PRIMEIRA CÂMARA REPUBLICANA
Por determinação da lei de organização dos municípios mineiros em sete de março de 1892 foi empossada a primeira Câmara Municipal, eleita depois da mudança de monarquia para presidencialismo e foi eleito o Dr. Francisco Bernardino como presidente e primeiro agente executivo municipal que declarou que iria exercer o cargo gratuitamente durante todo o seu mandato.
Com a instalação da república acabaram os barões e viscondes, mas, em nada modificou o “status quo” político da cidade no que se refere ao poder e as famílias tradicionais continuaram e ter forte influência, mas, na medida em que o café perdia força na economia, a cidade crescia e surgia a indústria, então, nas primeiras décadas do século XX o poder já era mais dividido. Médicos, advogados e empresários também começaram a aparecer na composição das legislaturas.
Décimo Primeiro Conselho Municipal ("Décima Primeira Legislatura da Câmara de Vereadores") Entre 1892 A 1895
Participaram:
1. Francisco Bernardino Rodrigues Silva, Agente Executivo e Presidente do Conselho Municipal
Conselheiros
2. Antônio Bernadino Monteiro de Barros,
3. José Cesário Monteiro da Silva
4. Alfredo Ferreira Lage,
5. Sebastião Pinto Ferreira Bretas
6. Manoel Honório de Campos
7. Evaristo Pereira Godinho
8. José de Cerqueira Coelho
9. Francisco Joaquim Henriques
10. Victor Manoel de Souza Lima
11. Romualdo César de Miranda Lima
12. Camillo Guedes de Moraes
13. Arthur Álvares Penna
14. Guilherme Cappelle
15. Francisco Ferreira de Assis Fonseca
16. Antônio Pinto Monteiro
1893
FOOTBALL (PRIMEIRO JOGO NO BRASIL) EM JUIZ DE FORA
Ernesto Giudice Filho, professor de História com formação em Arquivística, encontrou nos arquivos do Instituto Metodista Granbery, que o seu primeiro reitor John McPhearson Lande registrou em 1893 que houve a introdução de “foot-ball e tennis” no Granbery.
O registro seguinte, do mesmo ano (em 24 de junho), fala da realização do “field day”, um evento com várias competições de atletismo, críquete e “foot-ball” entre alunos. Dois times formados por estudantes e denominados de Gregos e Troianos se enfrentaram no campo do Granbery, local onde hoje estão os vestiários da parte esportiva da instituição. A palavra “foot-ball” causaria dúvida, pela possibilidade de ser uma referência ao futebol americano, do país de nascimento de Lander. No entanto, uma carta escrita pela filha de reitor, quase um século depois, indica que a palavra fazia menção ao esporte criado na Inglaterra. Na oitava linha da segunda citação, Lander documenta que houve jogos de "Football entre os Gregos e os Troianos", em 1893 (Foto: Bruno Ribeiro)
Primeira citação que trata da introdução do futebol no Granbery, em março de 1893 (Foto: Bruno Ribeiro) Houve também uma nota escrita por Mary Lander, datada de 1984, escrita em inglês, dizendo que John Lander havia introduzido o "soccer" no Brasil após assistir às partidas na Inglaterra, trazendo uma bola e um livro de regras para os alunos do Granbery. Vinte anos depois, a filha de Mary (neta de Lander), chamada Elizabeth, fez uma visita ao Instituto, viu o documento e reconheceu a letra da mãe.
ALFANDEGA FERROVIÁRIA \ 4 º. DEPÓSITO DE SUPRIMENTOS DO EXÉRCITO.
O edifício da antiga Alfândega Ferroviária do Estado de Minas Gerais construído em 1893, hoje é ocupada por parte do 4º Depósito de Suprimentos do Exército e é parte integrante da 4ª Região Militar que tem suas origens mais remotas no 4 º Distrito Militar, criado em 2 de julho de 1891, como reflexo da necessidade de segurança nacional, que já naquela época exigia a presença do Exército em todo território Brasileiro.
Em 23 de fevereiro de 1915, o Exército sofreu nova reorganização, quando foram criados os s grandes comandos, incluindo as regiões militares e as grandes unidades.
NESSE ANO FORAM ABERTAS AS RUAS: CALIFÓRNIA, IMPERIAL, SANTO ANTONIO E SÃO SEBASTIÃO.
Documentos correlatos
Alfândega
1895
Décimo Segundo Conselho Municipal ("Décima Segunda Legislatura Da Câmara De Vereadores") Entre 1895 E 1898
Participaram:
1. João Nogueira Penido Filho, Agente Executivo e Presidente do Conselho Municipal
Conselheiros
2. João Cesário Monteiro da Silva
3. João D`Ávila
4. Victor Manoel de Souza Lima
5. Sebastião José Duarte
6. Augusto Carlos Alvares Penna
7. João Paulo Barbosa Lima
8. Duarte de Abreu
9. José Pedro de Mello
10. João Ferreira de Assis Fonseca
11. Arthur Álvares Penna
12. João Emílio Ferreira da Silva
13. Américo Lobo Leite Pereira
14. Francisco Bernadino Rodrigues Silva
15. Antônio Bernadino Monteiro de Barros
16. Romualdo César de Miranda Lima
17. Evaristo Pereira Godinho
18. Antônio Pinto de Monteiro
19. Manoel Honório de Campos
20. José Procópio Teixeira
21. Júlio Cesar Pinto Coelho
22. Joaquim Eloy Dos Santos Andrade
23. Luís Barbosa Gonçalves Penna, PRM e Partido Progressista
24. Francisco Cândido da Gama Junior
25. Francisco Ferreira de Assis Fonseca
26. Luiz Eugênio Horta Barboza
27. Luiz Barbosa Gonçalves Penna
28. Eugênio Teixeira Leite
29. Florêncio Gonçalves
30. Antônio Mendes Barreto
31. Francisco Pereira Sygmaringa
32. José Carlos Duarte
33. Ludovino Martins Barbosa
34. Manoel Bernardino de Barros
35. Manoel Soares de Gouvêa
36. José de Cerqueira Coelho
37. Henrique Domingues da Silva
38. Antônio Amâncio dos Santos
39. Jovelino Barbosa
Loja Maçônica Fidelidade Mineira
1896
ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE JUIZ DE FORA
Na ata da primeira assembleia dessa entidade, realizada em 12 de julho de 1896 consta o seguinte: ”O comércio reunido tem por fim dirigir uma representação à Câmara Municipal desta cidade pedindo medidas urgentes e de grande alcance para pôr paradeiro aos abusos que estão praticando os mascates conhecidos como ‘turcos’, pois que sem a precisa licença estão mascateando, causando sérios danos e enorme prejuízo a todo o comércio de retalhos quer nessa cidade como em todo o Município” A “Associação Commercial”, comemora 128 anos em defesa da livre iniciativa (12 de julho de 2024) sendo a primeira e maior a representante das classes produtoras de Juiz de Fora: Comércio, Indústria, agropecuária e prestação de serviços.
O prédio foi construído pela Pantaleone Arcuri & Spinelli e decorado com pinturas de Ângelo Biggi, o mesmo que pintou o “Cine Theatro Central” dez anos depois e sua sede, tombada pelo patrimônio histórico, na Praça Doutor João Penido, tem sua decoração voltada para simbologias específicas: Mercúrio, deus do comércio, com seu chapéu alado; Atena (Minerva) com a roda dentada - deusa da indústria e Deméter (Ceres) deusa da terra e dos campos, com instrumentos (Enxada e foice)
Nesses 120 anos a Associação liderou centenas de movimentos relevantes como, por exemplo, a criação do Corpo de Bombeiros na cidade; o jornal diário “Gazeta Comercial”; o “Partido Economista”, nas eleições para a Assembleia Constituinte de 1934 e a criação secretaria de Desenvolvimento Econômico (hoje Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Geração de Emprego e Renda).
A ASSOCIAÇÃO COMMERCIAL DE JUIZ DE FORA É QUINTA MAIS ANTIGA DO BRASIL DEPOIS DE RIO DE JANEIRO, SÃO PAULO, SALVADOR E BELÉM E A MINAS GERAIS E PRIMEIRA INSTALADA EM UMA CIDADE QUE NÃO ERA CAPITAL.
Do Décimo Terceiro Conselho Municipal ("Décima
Terceira Legislatura Da Câmara De Vereadores")
Entre 1898 A 1900
Participaram:
1. Ambrósio Vieira Braga, Doutor, Agente Executivo
E Presidente Do Conselho Municipal
Conselheiros:
1. José Manoel Pacheco
2. Arthur Álvares Penna
3. Jorge Moreira Da Cunha
4. João Ferreira De Assis Fonseca
5. Duarte De Abreu
6. Antônio Fernandes Figueira:
7. José Teixeira Malta
8. Antônio Bernardino Monteiro De Barros
9. Antônio Amâncio Dos Santos
10. Cândido Pedro De Mello
11. João Ferreira De Castro
12. Joaquim Fabiano Nogueira Alves
13. Francisco Ribeiro De Assis Rezende
14. Ottoni Da Fonseca Tristão
15. Manoel Das Chagas Andrade
16. João D’ávila
17. Francisco Rodrigues De Almeida Novaes
18. José Procópio Teixeira
19. José Cesário Monteiro Da Silva
20. Benjamin Antônio Corrêa
21. Joaquim Canuto De Figueiredo
22. Eustachio Antônio Ferreira
23. João Cesário Monteiro Da Silva
24. Joaquim Nogueira Jaguaribe
25. João Evangelista Da Silva Gomes
26. João Ferreira de Assis Fonseca
CINEMATOGRÁFICA - PRIMEIRA EXIBIÇÃO EM JUIZ DE FORA
Foi em 23/07/1897, com a apresentação do Cinematografo Lumiére no cine “Politheana” a primeira exibição de um filme na cidade. Esse cine permaneceu solitário até a década de 1930, quando foi construído o Cine Theatro Central.
Diversas salas de cinema foram criadas e extintas ao longo do século XX: Cine Pálace (ainda existe sobre formato de um centro cultural), Excelsior, Festival, Glória, Popular, Rex (no Mariano Procópio ainda existe o prédio), Para Todos, São Luiz (ainda existe o prédio na Praça da Estação), Benfica (no bairro homônimo), Real, Paraíso (São Mateus), Cine Fátima (Funcionava no Salão São Geraldo, da Igreja da Glória)
RUA MARECHAL DEODORO
A rua do Imperador, batizada na república rua Marechal Deodoro, no final de século 19, era muito próxima da estação ferroviária e isso facilitava a vida do freguês.
“Os fazendeiros chegavam para comprar roupas e enxovais. O tempo era curto, em duas horas o trem voltava. Por isso, as lojas se concentravam na parte baixa”
A passagem dos bondes também colaborava para que essa rua fosse muito movimentada “a primeira linha foi inaugurada em 15 de novembro de 1881, utilizando bondes puxados por burro, o trajeto compreendia as ruas do Imperador, Halfeld, do Comércio, Espírito Santo e Direita”
Nessa época “Sediou uma incrível diversificação de estabelecimentos comerciais, como pensões, a Charutaria Índios de Cuba, loterias, casas de tecidos, calçados, açougues, funilarias, artefatos em folha-de-Flandres, costureiras, depósito de carvão e lenha”. (...)” esse movimento era concentrado na sua parte baixa até a esquina com a rua do Comércio, depois da Batista de Oliveira. Desse ponto até a rua Direita (Rio Branco), diz Pereira Lopes, não havia qualquer estabelecimento comercial ou industrial, salvo a Pensão Globo e a Pensão Mendes”.
Os árabes que vieram a partir do início do século XX adotaram essa via, nessa parte baixa, ali se estabelecendo.
Só com o passar dos anos “a parte nova” entre a Batista de Oliveira e a
Avenida Rio Branco se tornou comercial.
Como a rua Halfeld teria sido “tomada" pelos bancos, e consequentemente,
frequentada por muitos homens, "os maridos não permitiam que suas esposas
passassem por aquele logradouro". Como eram as mulheres que compravam
sapatos para toda a família, montou sua loja na rua Marechal Deodoro, entre
as ruas Batista de Oliveira e Av. Barão do Rio Branco, em 1958, declarou
Domingos Delmonte.
Associação Comercial
CORREIO DE MINAS
Em 1996 Juiz de Fora já tinha um jornal diário, o Correio de Minas" veja sua folha de rosto e algumas propagandas da época
JORNAL DO COMMERCIO
Este acreditado órgão da imprensa de Juiz de Fora foi fundado, em 20 de dezembro de 1896, por V. de Leon Aníbal. Em 1º de junho era a propriedade do Jornal do Commercio adquirida pelo dr. Antonio Carlos Ribeiro de Andrada.
O dr. Francisco Valladares, que em dezembro de 1897 entrou para a redação dessa folha, tornou-se sócio do dr. Antonio Carlos em 18 de julho de 1905; em setembro de 1905 assumiu a chefia da redação; e em outubro de 1911 adquiriu finalmente o Jornal do Commercio, do qual é hoje o único proprietário. O Jornal ocupa, com a sua redação e oficinas, um prédio próprio à Rua Halfeld 119. A sua tiragem vai a 6.500 exemplares.
(LESSA, Jair, 1985)
http://www.jfminas.com.br/portal/historia/historia-dos-bondes-em-juiz-de-fora
Revista da Associação Comercial - 100 anos, 1966).
1897
Ed. Gatt'as Bara
Igreja Malquita de São Jorge
Grupo Nabak