Meritória a iniciativa da Câmara de vereadores de Juiz de Fora (iniciativa de Cido Reis, PSB) que torna a linguiça artesanal fabricada em açougues e indústrias de Juiz de Fora, Patrimônio Cultural e Imaterial do município, a lei, também institui, a data de 15 de julho como o “Dia da Linguiça Artesanal”
A história da linguiça em Juiz de Fora, começa com A colonização Alemã que ocorreu em 1858 quando esses chegaram à, então, Santo Antonio do Paraibuna oriundos da, então, Confederação Alemã (Deutscher Bund) para formar a “Colônia D. Pedro II” criada por Mariano Procópio Ferreira Lage.
Esses imigrantes tinham o hábito de criar porcos e abatê-los para consumo das famílias e usavam vários métodos de conservação dos produtos obtidos, entre eles faziam as linguiças seguindo os costumes de sua terra natal, um desses imigrantes, Jacob Stephan adotou a profissão de açougueiro e fabricava e distribuía esses produtos.
Nas décadas de 1940/50/60 seu filho Arlindo, com o “Açougue Glória”, dominava o valioso mercado de banha de porco na cidade (naquela época não existia óleo de soja). A produção era enorme e para permitir essa fabricação em escala, a carne que sobrava do porco era vendida bem mais em conta, dai, também se fabricavam as linguiças. Com o tempo o açougue no Morro da Glória se tornou referência para quem transitava na estrada que ligava Rio a Belo Horizonte, todos compravam a famosa linguiça de Juiz de Fora.
Os tempos passaram, os hábitos mudaram (a soja surgiu e eliminou a banha) mas, as linguiças permaneceram sendo sucesso e referência de Juiz de Fora, depois com os açougues “Jacobana” até a década de 1970 e “Stephan” até os anos 90. Nesse período outras fábricas se somaram (Bartels, Glória com outra direção etc.) e toneladas de linguiças eram fabricadas e exportadas, diariamente, para outras regiões do Brasil, principalmente Estado do Rio.
No final da década de 1990, por fatores adversos, as indústrias encerraram sua atividade e a partir daí coube aos pequenos negócios guardarem essa tradição.
Chegamos então ao momento atual, quando a Câmara de Vereadores toma a belíssima atitude citada acima, homenageando toda essa história e os atuais produtores.
Cabe, então, aos açougueiros e industriais se organizarem e aproveitar essa oportunidade para desenvolver seus negócios. Quem sabe se unindo em uma associação da classe para explorar todas as possibilidades.
Luiz Antônio Stephan
Bel em Comunicação. PP e historiador autodidata.
Ex diretor e presidente da Associação Comercial de Juiz de Fora e do Sindicomércio. Empresário aposentado do ramo de carnes e derivados por 45 anos.
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