FESTA ALEMÃ
- LUIZ ANTONIO STEPHAN
- 11 de jan. de 2021
- 2 min de leitura
Atualizado: 3 de mar. de 2022
PATRIMÔNIO CULTURAL IMATERIAL DE JUIZ DE FORA
Publicado na Tribuna de Minas em 19\set\2019
Mais uma vez a Festa Alemã do Borboleta, encerrada
nesse domingo, 15\9, aconteceu com enorme sucesso.
São 50 anos desde a primeira em 1969.
Foram três períodos distintos: as primeiras festas, 1969,
1972 e 1976 aconteceram depois de um longo período de inibição da
cultura alemã, devido a questões políticas, como as duas grandes
guerras, 1914 e 1939 e a política nacionalista do governo de Getúlio
Vargas, que provocaram um certo estranhamento entre os imigrantes
alemães, seus descendentes e a população local.
Trabalhei, aos 19 anos, na primeira e na segunda, em 1972, quando o
Açougue Jacobana da minha família forneceu os produtos suínos para
o evento: linguiças (tradicional mineira e temperada com vinho),
salsichão, frios (galantina, fiambre com legumes), Schwatenmagem
(chuadema, ou queijo de porco), Leberwurst (chouriço Branco) e
schwarze Wurst (chouriço preto); a comunidade do Borboleta
produziu: pães, cucas, tortas, chucrute, picles, etc.; guaraná, sodinha
e o chope foram José Weiss. Também tinha artesanato feito na colônia,
e não faltaram as danças e roupas típicas. A festa aconteceu no adro
da Igreja S. Vicente de Paulo num fim de semana.
Em 1976, mais um evento, dessa vez, a festa foi promovida pela Igreja
Luterana.
Terminou essa primeira fase e as festas deixaram de acontecer, por 14
anos, pois, a comunidade se preocupou com as inúmeras brigas que
aconteceram, pela maneira de servir a cerveja, tipo festival de chope.
O segundo período aconteceu nos anos de 1990 e 1991, quando a
necessidade de concertar o telhado da igreja, permitiu a volta das
festas alemãs.
Um novo modelo foi desenvolvido: Não seria mais festival de chope. A
cerveja seria vendida em unidade (agora chope claro e escuro da

Antártica- Jose Weiss não mais existia) . Novo cardápio foi
desenvolvido, com os principais produtos das festas anteriores e
algumas novidades: Kasseler (carré defumado), Weisse Wurst (salsicha
Branca) e o eisbein (joelho de porco), com uma novidade, pela primeira
vez, era servido defumado, criação do Açougue Stephan (Luiz Antonio
Stephan e Edgard Danilo Silva).
Esse modelo deu tão certo que, deu continuidade na nova fase que
começou em 1995 e prossegue até hoje (2019), desde então, realizada
com enorme sucesso pela Associação Alemã de Juiz de Fora
(Associação Cultural e Recreativa Brasil Alemanha). Essa entidade é
mantenedora dos grupos de danças típicas, de curso de língua alemã,
escola de música etc. um brilhante trabalho das subsequentes
diretorias, coroado pela atual, presidida por Salcio Del Duca.
A “Festa Alemã do Borboleta agora é considerada “Patrimônio Cultural
Imaterial de Juiz de Fora”. Muito justo. Até ano que vem.
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