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CAPÍTULO III
SÉCULO XIX
ATÉ 1854

JUIZ DE FORA, ”TERRA DE BARÕES”  
...em março de 1889, escreveu que “em terra alguma haverá tantos barões como em Juiz de Fora”. Provavelmente ele se referia a pessoas como: Belizário Augusto de Oliveira Pena, Francisco Paulo de Almeida, Inácio Antônio Assis Martins, José Joaquim Monteiro da Silva,
Marcelino Brito, Quirino de Avelar Monteiro etc. que viviam na cidade ou possuíam amigos, residência e interesses por aqui naqueles momentos finais do Império.
De acordo com José Procópio Filho... “A maioria deles eram cafeicultores de grande expressão política e econômica, pois, suas fortunas somavam milhares de contos de réis e muitos exerceram cargo público como Delegado, Vereador, senado e presidência de províncias”.
ALGUNS DAQUELES QUE FREQUENTAVAM ESSAS TERRAS
BARÃO DE BERTIOGA
José Antônio da Silva Pinto - *Lagoa Dourada, 1773 /+ Juiz de Fora, 1870, foi cafeicultor e proprietário da fazenda Soledade, em Matias Barbosa. Filho do capitão Elias Antônio da Silva Resende e de Ana de Jesus Góis e Lara, casou-se com Maria José Miguelina de Barbosa da tradicional família juiz-forana Barbosa Lage.
Foi um dos fundadores da cidade de Juiz de Fora, vereador, fundador da Santa Casa
Era comendador da Imperial Ordem de Cristo. Recebeu o título de barão por decreto imperial em 16 de maio de 1861. Refere-se a Ibertioga e em tupi significa morada do macaco.
BARÃO DOS CATAGUASES
Manuel de Castro Guimarães, * Piau, por volta de 1817 mais Juiz de Fora 24/09/1881, casou-se com Dona Ana Guilhermina de Macedo Moura, filha do Tenente José Macedo Cruz, proprietário de terras, vereador em Juiz de Fora nas legislaturas de 1857-1861 e 1869-1872 Em 27/05/1881, recepcionou, em sua casa, para almoço, o Imperador D. Pedro II. Foi sepultado no cemitério municipal de Juiz de Fora e seu jazigo se encontra à direita da entrada lateral do cemitério, próximo ao muro.
BARÃO DE ITATIAIA (DEPOIS VISCONDE)
José Caetano Rodrigues Horta (freguesia de Simão Pereira +25 /04/1825 / * Juiz de Fora 26/09/1900, foi proprietário da fazenda Paciência, em Matias Barbosa. Filho do coronel José Caetano Rodrigues Horta e de Maria José de Abreu e Melo. Neto paterno de outro José Caetano Rodrigues Horta e de Bárbara Eufrosina Rolim de Moura e materno de João José do Vale Amado e de Francisca Claudina de Abreu e Melo. Pelo lado paterno, era ainda primo-irmão de Luís Eugênio Horta Barbosa, que seguiu carreira política. Foi casado com Flora Barbosa da Silva.
BARÃO DO JUIZ DE FORA
José Ribeiro de Rezende foi o primeiro presidente do Conselho Municipal (prefeito), fazendeiro, juiz de paz e tenente-coronel. Doou o terreno onde foi construído o primeiro cemitério público da cidade, o Cemitério Municipal de Juiz de Fora. Sobrinho paterno de Marquês de Valença e filho do coronel Geraldo Ribeiro de Resende e de Esmênia Joaquina de Mendonça, casou com Senhorinha Carolina de Miranda Resende. Após o falecimento da primeira esposa, casou-se novamente, desta vez com Camila Ferreira de Assis, falecida a 25 de abril de 1892, viúva de Camilo Ferreira da Fonseca e irmã do Conde de Prados, sem gerar filhos. Foi proprietário de terras em Engenho do Mato posteriormente denominado Chapéu D'Uvas. Adquiriu, depois, a fazenda de café Fortaleza, em Caeté, pertencente aos herdeiros do capitão Pedro Teixeira de Carvalho e de Maria Lucinda da Apresentação. Doou terrenos para os cemitérios de Sant'Ana do Deserto e Caeté.
BARÃO DO RETIRO
Geraldo Augusto de Resende, filho de José Ribeiro de Rezende, Barão do Juiz de Fora

BARÃO DO RIO NOVO
José Augusto de Resende, filho de José Ribeiro de Rezende, Barão do Juiz de Fora. Foi major da Guarda Nacional e fazendeiro.
BARÃO DE MONTE MÁRIO (DEPOIS VISCONDE)
Marcelino de Brito Pereira de Andrade, +Barbacena, 1827/ *Juiz de Fora, 27 /05/1905
Fazendeiro de café em Juiz de Fora e coronel da Guarda Nacional, fundador do Banco de Crédito Real de Minas Gerais. Foi vereador em Juiz de Fora, entre 1887 e 1890.
Sua esposa, a baronesa consorte de Monte Mário, foi D. Belarmina Augusta Teixeira, que lhe deu cinco filhos: Júlio, Eugênio, Oscar, Maria Amélia e Maria Eugênia. Falecida precocemente, a baronesa foi sepultada em Barbacena, ao passo que o visconde repousa em um enorme mausoléu em Juiz de Fora.
BARÃO DE SANTA HELENA
José Joaquim Monteiro da Silva, *Entre Rios de Minas, 20/08/ 1827 /+ 30 de outubro de 1897, empresário, militar e político, Deputado geral, vice-presidente de província de Minas Gerais e senador do Império do Brasil de 1889 a 1889.
BARÃO DE SÃO JOÃO NEPOMUCENO
Pedro de Alcântara Cerqueira Leite, *Barbacena, 28 /06/1807 +24 /04/1883, Filho do capitão José de Cerqueira Leite e de Ana Maria da Fonseca, casou-se em 1844 com sua sobrinha Ana Cerqueira do Vale, filha de sua irmã Bernardina Cerqueira do Vale Amado e do Coronel Manoel do Vale Amado.
Jurista, cafeicultor, político e investidor acionário/ deputado, desembargador e presidente da província de Minas Gerais, Criador da E. F. União Mineira em Santana do Deserto.
BARÃO DE SÃO MARCELINO 
Marcelino de Assis Tostes, nasceu em Santos Dumont, 02 /06/1838 e faleceu em Juiz de Fora, 13 /05/1913. Foi presidente da província do Espírito Santo.
BARONESA DE SÃO MATEUS
Francisca Maria do Vale de Abreu e Melo, Matias Barbosa, 14 /05/1786 + Matias Barbosa, 16/06/ 1881. Era filha do coronel Manuel do Vale Amado e de Maria Cordélia de Abreu Melo. Casou-se com o coronel de milícias e fidalgo cavaleiro José Inácio Nogueira da Gama, irmão de Manuel Jacinto Nogueira da Gama, marquês de Baependi.
Administradora da fazenda utilizou grande parte de sua fortuna em obras de caridade.

BARÃO DE GUARACIABA
Francisco Paulo de Almeida, primeiro e único Barão de Guaraciaba nasceu em Lagoa Dourada em 10 de janeiro de 1826 e faleceu no Rio de Janeiro em 9 de fevereiro de 1901, foi proprietário rural e banqueiro. Foi o mais bem-sucedido NEGRO do Brasil Monárquico.
Possuiu diversas fazendas e mais de 1000 escravos sendo que cerca de duzentos escravos em apenas uma delas. Tinha uma fortuna estimada à época em setecentos mil contos de réis. Concentrou seus negócios cafeeiros nos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro (Vale do Paraíba). Foi sócio fundador do Banco Territorial de Minas Gerais e do Banco de Crédito Real de Minas Gerais. Foi o primeiro barão negro do império, se notabilizando pela beneficência em favor das Santas Casas. Após a Proclamação da República, adquiriu o Palácio Amarelo, atual sede do legislativo da cidade de Petrópolis, e foi perseguido pelo legislativo, até vender seu imóvel
VISCONDE DE ASSIS MARTINS
Inácio Antônio Assis Martins nasceu em Sabará em 16 de novembro de 1839 e faleceu em 2 de março de 1903, foi deputado e senador entre 1872 e 1889.
Inácio ganhou ou comprou o título de Visconde de Assis Martins, recebendo-o em 20 de julho de 1889. Quatro meses depois a República foi proclamada. Saiu da vida pública e foi ser presidente do Banco Construtor do Brasil. Em Juiz de Fora esteve ligado ao Banco de Credito Real
BARÃO D’AVELAR RESENDE
Quirino de Avelar Monteiro de Resende nasceu em Palma, 1842 e faleceu em 13 de agosto de 1915 foi cafeicultor em Conceição da Boa Vista, Região de Leopoldina.
BARÃO DE SÃO JOSÉ DEL REY
Gabriel Antônio Monteiro de Barros, primeiro e único barão de São José del-Rei (Minas Gerais, 1826 — São José do Rio Preto, 1909) foi um fazendeiro e nobre filho de Antônio Bernardino de Barros, fundador de São José das Três Ilhas, era irmão do Barão de Três Ilhas.
Era dono da Fazenda de São Gabriel, e foi agraciado com o título de barão em 7 de fevereiro de 1885.
BARÃO DE SANTA MAFALDA 
BARÃO DAS TRÊS ILHAS
Bernardino de Barros, o Barão das Três Ilhas, proprietário da Fazenda Boa Esperança, em Belmiro Braga (MG), erguida no início dos anos 1870, é chamado por seu bisneto Mauricio de "Barão Arrogante”, porque nunca admitiu o declínio financeiro e morreu em 1915 sem saber que estava completamente falido. A fazenda só não foi a leilão porque o irmão, Gabriel Antônio de Barros, o Barão de São José Del Rey (“Barão Humilde”, para o bisneto), pagou a dívida a tempo.  José Bernardino de Barros, São José do Rio Preto. Era oficial da Imperial Ordem da Rosa

​.

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Enquanto isso, no Brasil
1808: D. João chega ao Brasil. Pressionado pela Inglaterra, assina o decreto da abertura dos portos, rompendo com o monopólio do comércio colonial.

1811

FAZENDA FORTALEZA DE SANTANA

Foi construída em 1811 tem aproximadamente 4865 hectares, ocupando atualmente quatro municípios mineiros (Goianá, Coronel Pacheco, Chácara e São João Nepomuceno) mas quando foi criada era região de Santo Antônio do Paraibuna (depois Juiz de Fora).

Seu nome é em homenagem à primeira baronesa de Santana. Maria José de Santana recebeu essa titulação de Dom Pedro II em 1861. Ela era mãe de Mariano Procópio Ferreira Lage.

 A base econômica da fazenda era o café, e chegou a ter 300 escravos. A estrutura envolvida na produção, estocagem e seleção dos grãos ainda está conservada, mas caiu em desuso quando a criação de gado se tornou a principal atividade econômica.

De grande importância histórica, a riqueza da propriedade se deve ao bom estado de conservação das construções. A sede, no entanto, foi destruída em um incêndio em 2004. Além disso, o terreno é de grande relevância arqueológica, abrigando um dos mais conhecidos sítios arqueológicos de Minas Gerais.

Três famílias já tiveram a posse do terreno, sendo a última, a família Tostes.

 

ASSENTAMENTO

Aproximadamente 100 famílias do MST promoveram uma ocupação pacífica da Fazenda Fortaleza de Santana, (agora no município de Goianá) em 25 de março de 2010. No local, já residiam aproximadamente trinta famílias de colonos, que trabalhavam para o antigo dono que, de alguma forma, “tornaram a fazenda improdutiva”, alguns desses moradores eram descendentes dos escravos que serviram à fazenda.

A condição legal de moradia em que os sem-terra se encontravam era instável e, após um ano acampando no terreno da fazenda, as famílias foram despejadas, mas, algumas famílias acamparam na beira da MG- 353.

Decreto presidencial de 23 de dezembro de 2011 desapropriou a fazenda para fins de interesse social. A indenização paga aos proprietários foi de R$ 11,5 milhões. Depois, a emissão de posse aos assentados ocorreu no dia 16 de maio de 2013 ocupou a propriedade com 90 famílias criando o Assentamento Dênis Gonçalves.[1]

 

[1] https://facomnoturno2013.wixsite.com/denisgoncalves

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Fazenda Fortaleza de Sant'Ana

Acampamento dos Sem Terra

Baronasa de Sant'Ana

Enquanto isso, no Brasil:
3 de maio de 1817: A Maria Leopoldina de Áustria casa-se com o futuro imperador Pedro em Viena.

1820

O LUGAREJO ONDE SERÁ JUIZ DE FORA COMEÇA A EXISTIR
Em 1820, já se tinha notícia de um arraial com um pequeno comércio, que atendia as pessoas que por aqui passavam, conhecido como Santo Antônio do Paraibuna, pertencente ao município de Barbacena.  

Enquanto isso, no Brasil:
1822: No dia 7 de setembro, D. Pedro proclama a independência do Brasil. Inicia-se o período monárquico, que durou 67 anos.

1839

JUIZ DE FORA EM SEUS PRIMÓRDIOS 
Juiz de Fora é uma única rua, ora poeirenta, ora enlameada, ou melhor uma estrada ao longo da qual alinham-se pares de palmeiras. Seu único mérito é a largura. Quando se introduzirem os bondes no Brasil, esta vantagem será devidamente apreciada. A calçada é um obstáculo e o estrangeiro, pulando pelo calçamento, parece estar treinando o ‘passo do pântano’. As moradas são baixas e pobres, pela maior parte de ‘porta e janela’, como se diz por aqui. Entre elas, porém, há grandes e espaçosas casas de cidade. Com abacaxis dourados no telhado e bolas de vidro nas sacadas, a francesa, repuxos fantásticos, ângulos encachiados, pássaros de barro e de cal dispostos pelos muros e todas as extravagâncias arquitetônicas do Rio de Janeiro. Aqui se reúnem os ricos e suas famílias, homens, mulheres, crianças, negros, negras e negrinhos. Há homens que jogam como polacos e russos. Os lucros de uma safra de café ou de algodão não raro se perdem no monte ou no Voltarete, como em Paris, no Baccarat. Os edifícios públicos são miseráveis. Um arrombador de Londres não ficaria na cadeia nem um quarto de hora. A coletoria, em que se pagam os impostos provinciais, parece pequena. A matriz de Santo Antônio, no fundo uma minúscula praça, está em estado tolerável, mas a capela no morro não tem torre e ameaça ruína. 

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Enquanto isso, no Brasil:
Incentivo à imigração: o governo brasileiro, por intermédio da Lei Provincial nº 56, de maio de 1840, incentivava a imigração e prometia terras para os estrangeiros A existência deste apoio levou a Companhia União e Indústria a trazer, além da mão de obra especializada, colonos alemães que passariam a viver no Brasil após a construção da estrada e da instalação da colônia.

1840

CASAMENTO DE HALFELD
8 de janeiro de 1840: Halfeld casa com Cândida Maria Carlota.

1842

Em 1842 acontecimentos puseram em sobressalto essa Villa de Santo Antônio do Parahybuna quando o confronto de Legalistas e revolucionários mancharam de sangue suas terras.
A história registra combates próximos a estação de Sousa Aguiar num local chamado Grama do Azevedo, Fazenda dos coqueiros; no sítio Rocinha da Negra; no Sítio Cafezaes; em Chapéu D’uvas, onde se fabricava pólvora e até canhão a pedido do Coronel Pereira de Andrade.

Enquanto isso, no Brasil:
1842: Revolta dos liberais em São Paulo e Minas Gerais.

EMANCIPAÇÃO DO MUNICÍPIO
31 de maio de 1850 é a data oficial de fundação da cidade, foi nessa data sua elevação à categoria de Vila com o nome de Santo Antônio do Paraibuna.
Em 02 de maio de 1856, a Vila tornou-se o município do Paraibuna
1815 - Curato de Santo Antônio do juiz de fora.
1828 - Distrito de Santo Antonio do Juiz de Fora, do Termo de Barbacena
31.05.1850 - Lei nº 472, Elevação do distrito a Vila, com erro de publicação, com a denominação de Santo Antonio do Paraibuna, quando deveria ter sido Santo Antonio do Juiz de Fora, da Comarca do Paraibuna (Criada pela Resolução de 30 de junho de 1833, compreendia os Termos das Vilas de Barbacena, Baependi e Pomba. A comarca deixou o nome de Paraibuna e recebeu o nome de Juiz de Fora, pela Lei nº 11, de 1891). A freguesia continuou oficialmente a ser denominada Santo Antonio do Juiz de Fora, inclusive na documentação oficial, causando muitas confusões.
1858 - Cidade do Paraibuna (Lei nº 759, de 2 de maio de 1856)
1865 - Cidade do JUIZ DE FORA, Lei nº 1.262, de 19 de dezembro de 1865, em referência ao nome original de Santo Antonio do Juiz De Fora, por projeto de Lei do deputado Marcellino de Assis Tostes (Barão de São Marcellino), sob a alegação de que a cidade nunca aceitou aquela denominação, problemas postais e também para restabelecer a verdade, justificada história, trajetória e participação de seu avô paterno, o capitão Antonio Dias Tostes (1777-1850).

1850

Na época de sua fundação, a cidade possuía mais de 170 estabelecimentos comerciais e de serviços. 107 casas de negócios, 13 mascates e fazendas, oito hotéis, cinco farmácias, quatro mascates de joias três relojoeiros, dois carniceiros, dois alfaiates, dois barbeiros, duas padarias, dois cambistas, uma casa de lavar chapéus, um livreiro, um ourives, um bilhar e uma casa bancária.

Enquanto isso, no Brasil:
1850: É extinto o tráfico de novos escravos. 

ERA DO CAFÉ     

Logo nos primeiros anos do século XIX a cafeicultura chega à Minas Gerais pela margem norte do Rio Paraibuna e em várias fazendas que tinham basicamente uma economia de subsistência foram, aos poucos, incrementadas pela cafeicultura.

De 1850 a 1870, Juiz de Fora vivenciou o auge da expansão dos cafezais e se tornou o principal produtor de café da Zona da Mata mineira, fase que terminou somente nas primeiras décadas do século XX.

A produção das fazendas era levada à cidade e depois para Rio de Janeiro onde eram comercializadas.

Em consequência disso, ao comércio e os serviços se desenvolveram e os fazendeiros construíam suas casas no lugarejo.

 

AFRO DESCENDENTES

A mão de Obra utilizada na cafeicultura era de escravos africanos e à medida que as fazendas de café eram instaladas aumentava a população negra que se tornaram a maioria, em 1855. Na Vila de Santo Antônio do Paraibuna haviam, então, quatro mil escravos para 2.400 homens livres. A Província de Minas Gerais e nela, a vila de Santo Antônio do Paraibuna, se destacavam como os mais escravocratas do Brasil, naquela época.

A cultura Africana passou a ter forte presença na cidade. Padre Tiago, negro, foi o primeiro saderdote da cidade e fundou a irmandade de Nossa Senhora do Rosário juntamente com fieis afro descendentes.

Igreja do Rosário- Construída por escravos

PALACETE SANTA MAFALDA  -ESCOLA ESTADUAL DELFIM MOREIRA

Esse prédio situado na esquina da Av. Barão do Rio Branco com Brás Bernardino foi construído no final da década de 1850 pelo Comendador Manoel do Vale Amado, rico fazendeiro que desejava homenagear Dom Pedro II quando de sua primeira visita à Juiz de Fora. Imagem[1]

Ao chegar à cidade em 1861 para a inauguração da Companhia União Indústria, o imperador utilizou o casarão, todo ornamentado com mobiliário importado de Paris, para a assinatura de importantes documentos, e também para a cerimônia do Beija-Mão, em que recebia os convidados e pessoas que tinham audiências marcadas. Recusou, porém, a oferta do Comendador para que ficasse com o imóvel de presente, dizendo que só aceitaria se ele fosse doado ao estado para abrigar uma escola ou obra de caridade.

Magoado, Manoel do Vale Amado decidiu que a casa jamais seria habitada, desejo que foi respeitado por seu filho, o Barão de Santa Mafalda. O local só foi reaberto em 1904, ocasião em que foi doado à Santa Casa de Misericórdia e teve todo seu acervo leiloado.

O Palacete Santa Mafalda foi adquirido pelo estado foi transformado em 1907 no primeiro grupo escolar de Minas Gerais, função que ocupa até os dias de hoje, abrigando a Escola Estadual Delfim Moreira.​

A PINTURA ARTÍSTICA EM JUIZ DE FORA
A história da pintura em Juiz de Fora está diretamente ligada ao artista José Maria y Villaronga. Considerado por alguns historiadores como o primeiro pintor que surgiu na cidade, no final do século passado, ele teria sido o responsável pela fachada e pela decoração da capela Senhor dos Passos. Além disso, o artista teria realizado a cenografia dos bastidores do Teatro Misericórdia e a pintura do Palacete Vale Amado, posteriormente sede do chamado Grupos Centrais, na Avenida Rio Branco esquina com Braz Bernardino. Natural de Barcelona, na Espanha, deixou seu país por questões políticas, refugiando-se na Holanda, de onde saiu em direção ao Brasil. Apesar de ter se casado em Valença, estado do Rio de Janeiro, e de ter tido dois filhos, deixou a família nessa cidade e iniciou uma verdadeira peregrinação pelo Vale do Paraíba. Infelizmente, das três obras que produziu em Juiz de Fora, nada restou para ser apreciado. A estadia dele na cidade é calculada em 1860, já que o palacete Vale Amado já estava devidamente pronto para ser ofertado a Dom Pedro II, quando este visitou o município em 1861. As constantes reformas no prédio e também na Capela dos Passos acabaram com a obra de Villaronga.  

 

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Palacete Santa Mafalda

RECURSOS PARA A ESTRADA UNIÃO INDÚSTRIA
Mariano Procópio Ferreira Lage tinha em mãos os recursos financeiros e a autorização imperial para construir a estrada União Indústria (Juiz de Fora- Petrópolis)

 

1853

A Câmara municipal de Juiz de Fora, nos seus primeiros 160 anos passou por fases: 
1) Período da Monarquia – 1853 a 1889 
2) Período da República Nova – 1889 a 1931 
3) Período da ditadura Vargas - 1931 a 1937 
4) Período Liberal- Social – 1937 a 1964. 
5) Período da revolução Militar - 1964 a 1984 
6) Período Liberal Social - 1984 até os dias de hoje. 

 

ENQUANTO ISSO NOBRASIL

PERÍODO DA MONARQUIA – 1853 A 1889
Nesse período a “representação do povo” era muito restrita, só votavam homens, maiores de 25 anos e com padrão de renda de classe média acima, conforme a Constituição do Império do Brasil de 1824. Durante muito tempo só as pessoas mais ricas; detentores de títulos monárquicos (barões, viscondes); da Guarda Nacional.
A economia era primária, com predominância do café e a mão de obra era escrava. Com o desenvolvimento do comércio e de serviços no lugarejo os fazendeiros construíam aqui as suas casas. 
“Homens Bons” era um termo muito utilizado nessa época e tinha a ver com as pessoas, que se ligavam, de alguma maneira, para decidir os destinos do município e principalmente, manter o patrimônio, o próprio bem estar e de sua família. Filhos de “homens bons” se casavam com filhas de pessoas da mesma classe social, para manter o dinheiro e o poder em suas mãos. 
"... somente os "homens bons" podiam dela (Câmara) participar; um forasteiro, um indivíduo que não se encontrasse integrado como parente ou agregado num sistema familiar (...); vivia à parte, desajustado e sem direito a coisa alguma" 


1º CONSELHO MUNICIPAL- "CÂMARA DE VEREADORES'
Em sete de abril de 1853 foi instalado O PRIMEIRO CONSELHO MUNICIPAL- "CÂMARA DE VEREADORES "sendo esse o verdadeiro ato de emancipação do município. Seus primeiros trabalhos aconteceram em um prédio comprado em 1852, por Henrique Guilherme Fernando Halfeld e sua segunda esposa, Cândida Maria Carlota Tostes, por três contos e quinhentos mil réis, na esquina da Rua Direita (Av. Rio Branco) e Rua da Califórnia (Rua Halfeld), no local, onde mais tarde, foi construído o prédio antigo da prefeitura (Repartições Municipaes). 
No mesmo local funcionava a cadeia pública.

LEGISLATURAS                                                            

 Não é totalmente correto chamar de “legislatura” todas as vereanças, pois, a “câmara” por 94 anos de existência só administrava a cidade, não legislava. Somente em 1947 a primeira lei foi aprovada pela Câmara Municipal e sancionada pelo Executivo. Era a Assembleia Provincial, na Capital, que legislava, mas esse termo é adotado, didaticamente, levando em conta a situação atual, com clara distinção dos poderes legislativo e executivo no âmbito municipal.


(PRIMEIRA LEGISLATURA DA CÂMARA DE VEREADORES) DE  07/04/1853 A 06/04/1856 PARTICIPARAM:
1.    José Ribeiro de Rezende, Barão de Juiz de Fora – Primeiro Presidente do Conselho Municipal e Agente do Executivo Municipal. 
2.    Francisco de Paula Lima Capitão, comendador:
3.    Joaquim de Paula Sousa, Comendador
4.    José Anastácio da Costa Lima, Comendador
5.    Domencianno Alves Garcia, Tenente:
6.    José Antônio da Silva Pinto, Barão de Bertioga
7.    Joaquim Furtado de Mendonça
8.    Pedro Maria Halfeld
9.    João Marciano de Cerqueira Leite
10.    Francisco Ribeiro de Assis
11.    Josué Antônio de Queiroz
12.    Joaquim Pedro Teixeira de Carvalho
13.    Ludovino Martins Barbosa.
14.    Francisco Dionísio Fortes Bustamante, Capitão, Guarda-Mor

 

FAZENDA DA FLORESTA 
A Fazenda da Floresta deu origem aos bairros Retiro, Jardim Esperança e Floresta. 
A Fazenda da Floresta foi construída por Francisco Ribeiro de Assis em 1853. Com suas lavouras de café, milho, feijão, criação de gado, porcos e carneiros, a Fazenda da Floresta era um modelo de administração e assim permaneceu até a abolição da escravidão em
1888. Com a crise do café, na década de 1920, a fazenda foi arrendada e Dona Carolina de Assis, viúva de Francisco Ribeiro de Assis (1807-1871), foi morar na cidade de Juiz de Fora.
Algum tempo depois, em 1922, os descendentes do casal retomaram os negócios da família e fundaram, dentro da fazenda, a Cia. De tecidos São João Evangelista, inaugurada em 1924, inicialmente como fábrica de cobertores. Na década de 1930 foram trazidas modernas máquinas de tecelagem e nascia a S/A Fábrica de Tecidos São João Evangelista.
Também na década de 1930 foi projetada uma Vila Operária e um modelo assistencial foi adotado para os empregados da fábrica.
Na década de 1950 a fábrica contava com uma sala de cinema que funcionava nos finais de semana, sempre em horários noturnos, uma vez que se adaptava à rotina do operariado, promovendo uma prática de lazer e entretenimento.
A empresa resistiu a tudo que aconteceu às demais indústrias de Juiz de Fora. Hoje é a São João Evangelista Têxtil. Produz uma grande linha de estamparias e é conhecida nacionalmente pela sua linha de produtos de higiene pessoal, hospitalar e odontológica chamada Farol (hastes cotonetes, bolas e rolos de algodão). Possui, também, linhas de produção de artigos de cama, mesa, banho e vestuário. A Fazenda também existe até os dias atuais com o nome de Fazenda da Floresta Agropecuária.

Fazenda da Floresta

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Fábrica S. J. Evangelista

1854

SANTA CASA 

A Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora foi fundada em 6 de agosto de 1854 pelo Barão da Bertioga, José Antônio da Silva Pinto, e por sua esposa, a Baronesa Maria José Miquelina da Silva. Sendo a terceira instituição mais antiga de Juiz de Fora, só ficando atrás da fundação da Vila de Santo Antônio do Paraibuna, em 1850, e da instalação da Câmara Municipal, em 1853.

 As obras do segundo prédio da Santa Casa foram concluídas em 2 de junho de 1898 sob a coordenação de Braz Bernardino, que havia assumido a Provedoria em 1897. No dia 11 de janeiro de 1898, chegaram à cidade as Irmãs de Santa Catarina contratadas por Braz Bernardino para a administração interna da Santa Casa.

Com os esforços de Braz Bernardino, do Dr. Hermenegildo Villaça e do Dr. Edgard Quinet, entre outros, o hospital desenvolveu-se, ampliou as suas acomodações, modernizou seus serviços, muniu-se de materiais e aparelhamento perfeitos, estendeu seu raio de atuação e colocou-se em situação de poder alargar seu programa de benefícios. Em 1903, foi construído o jardim na frente do hospital, com planta fornecida pelo engenheiro João Lustosa. Em 1911, a Santa Casa contava com vários pavilhões e, neste ano, foi construída uma nova sala de operações. Imagem[1]

Em 1913, foi construída mais uma enfermaria (atrás da Capela), pois o número de enfermos duplicara. Com o passar dos anos e a ampliação dos serviços, a construção de um novo edifício tornou-se inevitável.

Em julho de 1942, na gestão do Provedor Alberto Andrés, foram assinados os desenhos originais do atual prédio da Santa Casa, mas o lançamento da pedra fundamental só ocorreria em 28 de janeiro de 1948. A data foi escolhida por ser o dia de nascimento de João Nogueira Penido Filho, que doou grande parte de sua fortuna para a construção.

Se, no início do século XIX, a Santa Casa realizou 188 cirurgias, atualmente, o hospital realiza cerca de 18 mil cirurgias por ano. Não é à toa que, ao aliar tradição, filantropia, modernização permanente e qualidade no atendimento ao longo de sua trajetória, a Santa Casa tornou-se o maior hospital da Zona da Mata mineira.

[1] Foto Maria do Resguardo

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JUIZ DE FORA NÃO SERIA UM POLO REGIONAL DE SAÚDE SE O BARÃO DE BERTIOGA E SUA ESPOSA NÃO TIVESSE ABERTO ESSE CAMINHO.
 

PARQUE HALFELD
Foi criado com o nome de Largo Municipal, o primeiro logradouro público da Vila de Santo Antônio do Paraibuna. 
A área foi adquirida pela Câmara Municipal, em 1854, do engenheiro Henrique Guilherme Fernando Halfeld.
Nesse local se instalavam as companhias de “circo de cavalinhos, touradas e cavalhadas”.
Em 1880, foi elaborado um projeto seguindo modelo de jardim inglês, objetivando tornar o espaço mais agradável, ficando seu desenvolvimento sob a responsabilidade do arquiteto Miguel Antônio Lallemond que nele propôs a criação de jardins, passeios e fontes e o plantio de árvores. 
A segunda intervenção urbanística aconteceu em 1901, quando o Largo Municipal foi completamente remodelado pela Cia. Pantaleone Arcuri e Spinelli com o financiamento de Francisco Mariano Halfeld, filho do engenheiro Henrique Halfeld. Passa a denominar-se então Praça Coronel Halfeld. Imagem 
Detalhe de painel em homenagem a Francisco Halfeld que se encontra no parque Novas reformas paisagísticas aconteceram durante as décadas de 50 e 60 sendo a última ocorrida em 1981. Os únicos elementos remanescentes do projeto de 1901 são a ponte e o quiosque com estrutura imitando bambu e o lago. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O PARQUE HALFELD TEM ESSE NOME EM HOMENAGEM A FRANCISCO MARIANO HALFELD (CORONEL HALFELD) FILHO DE HENRIQUE HALFELD.
A RUA HALFELD HOMENAGEIA O FUNDADOR DA CIDADE, HENRIQUE HALFELD.

Quiosque remanecente de edições antigas do parque

Detalhe de painel em homenagem a Francisco Batista de Oliveira que se encontra no parque

EM 1854 O CORAÇÃO DA CIDADE AINDA ERA NA REGIÃO DO ALTO DOS PASSOS 
As hospedarias e estalagens ali estavam: A de Manoel Ferreira Velloso, no cimo da colina e Francisco Luiz Gomes Ribeiro, na Rua São Mateus. A Estalagem do Ferreira era o ponto de jantares mais frequentado por pessoas da cidade. A do Chico Luiz era a preferida dos viajantes, principalmente pela pequena colônia de mascates “franceses \ judeus”.
Nesse mesmo ano foi alinhada à rua São Matheus e adquirido o local em que se encontra o Parque Halfeld por 1:000$000. 


CIA. UNIÃO INDÚSTRIA
Foi criada por Mariano Procópio em 1854, com o principal objetivo de construir a Estrada União Indústria. O decreto imperial n.º 1.301, assinado por D. Pedro II em sete de agosto de 1852 e aprovado pela Assembleia Geral Legislativa em 11 de setembro do mesmo ano, autorizou a construção e exploração por 50 anos de duas estradas: Uma saía de Porto Novo do Cunha e passava por Barbacena para chegar a São João Del Rei, a outra bifurcava com a primeira, passava por mar de Espanha e chegava à Ouro Preto, mas, ao começar as obras, quatro anos depois, o projeto já tinha sido modificado para uma só via, ligando Petrópolis à Juiz de Fora.
[... "O capital inicial da Cia. União e Indústria era de 5 mil contos e a empresa tinha o objetivo de ser um prolongamento das comunicações dos empreendimentos do Barão de Mauá; a linha de navegação a vapor da Corte ao porto de Mauá à Raiz da Serra e a estrada de rodagem da serra até a Vila Teresa. Imagem 
O capital seria remunerado, com a renda de 5 % sobre o valor das cargas transportadas, garantida por lei provincial. Mais tarde esse valor foi alterado para 2 % por lei imperial. Também era cobrado pedágio dos viajantes.
Foram contratados para o projeto: O Capitão José Maria de Oliveira Bulhões, assistido por José Koeller e seu filho, além de dois engenheiros franceses: Flageollot e Vigouroux.
Cerca 1.500 pessoas chegaram a trabalhar nessa empreitada, inclusive muito escravos, alugados nas fazendas ao entorno da obra, embora a autorização de D. Pedro II para a construção da estrada proibisse essa prática. Mão de obra especializada, também foi contratada na Alemanha. Não havendo máquinas para executar estes serviços as obras eram executadas com ferramentas manuais.
Em 1855 o Diretor da Cia. União Industria, Mariano Procópio Ferreira Lage, mandou contratar alguns mestres de “officios e artes” para a empresa.

Escola Agrícola, também construida por Mariano Prócópio

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